sábado, julho 31, 2010

Se é o Dia do Orgasmo, vamos falar de prazer?

Não consegui deixar o Dia do Orgasmo passar em branco. Bem que tentei. É que conheço algumas estatísticas, converso com amigas e vejo o quanto o prazer feminino é relegado a segundo plano. Dizem que 40% das mulheres não sabem o que é orgasmo, mas dos 60% que sabem o que é, uma parte ainda pequena se diz plenamente satisfeita. E a culpa não é dos homens. Aliás, vamos combinar aqui que a culpa não é de ninguém. Há uma trapalhada cultural no meio do prazer sexual que eu, por não ser especialista no assunto, nem me atrevo a mencionar. O Google e a Wikipedia estão aí pra isso.
Mas eu fico pensando que o êxtase do sexo tem tudo a ver com a conversa. Com a capacidade que desenvolvemos de, em primeiro lugar, saber o que e como queremos, para depois comunicar ao outro as nossas necessidades. Num diálogo que pode prescindir das palavras, já que os corpos comunicam e muito bem, mas que não pode prescindir da disponibilidade para se expressar e entender o outro. É justamente nesse movimento de dar e receber, escutar e ouvir, que se pode quebrar todas as muitas barreiras existentes no caminho do orgasmo feminino.
A impossibilidade dessa conversa – em todos os níveis – se esvai quando não há uma escuta interior, a única possibilidade de nos entendermos e ajudarmos o outro a chegar até nós, na alma e no corpo. Na minha família, a palavra “prazer” não era mencionada o que dificultou bastante os meus aprendizados. A descoberta real do sexo veio (ou está vindo, já que esse é um processo sem fim) com a busca contínua de mim mesma. Estou sempre me experimentando e me perguntando se estou sendo fiel a mim mesma, a única pessoa a quem não posso mais decepcionar.
Indo pros “finalmentes”, orgasmo é importante sim. E sempre possível. Faz bem pra vida, equilibra o fluxo de energias e mais um monte de outros benefícios. Mas, como não me aventuro mesmo a dizer que entendo desse assunto, só quero aproveitar esse ti-ti-ti do Dia do Orgasmo pra lembrar que ninguém pode se deixar passar em branco. Não há errado ou certo, mas, entre mulheres, que já conquistaram tanta coisa, acho inaceitável que ainda haja tantas incapazes de reconhecer seu direito ao prazer. Quem não se contenta com pouco em tantos âmbitos da vida, não pode se contentar com pouco ou nenhum prazer no sexo. Em todos os casos, a tal da “chave do sucesso” está em nós mesmas. É só pegar e aproveitar!
* Pras mais ousadas, uma dica.
* E se vc tem uma dica, compartilhe aqui.

4 comentários:

Mônica Alvarenga disse...

Em cerca de 1 hora, quase 50 pessoas entraram no Coisas de Valor, um recorde para esse bloguinho, mas ninguém postou um comentário. No Facebook, uma amiga postou uma dica, copio aqui:
Carla Vergara: Tá bom, não dá pra perder a piada... quem não tem gato caça com rabitt. Pronto: postei! E viva o dia do orgasmo! http://www.a2ella.com.br/

Grace disse...

Bom, em minha modesta opinião, trata-se de um caso em que o diálogo é menos importante que a fidelidade a si mesma: em relação a orgasmo, vale mais se conhecer e deixar levar. Taí, o primeiro comentário. Bjs

Anônimo disse...

Gostei muito do texto.Acredito que o orgasmo é consequência de um relacionamento maduro, confiança, segurança no/a parceiro/a...É claro que pode ser fruto de uma bela aventura, onde os entraves do dia a dia ficam do lado de fora do quarto.Mas é sempre fruto de algo que já vem produzindo prazer e alegria...
Valaci

Mônica Alvarenga disse...

Vc tem razão Valaci. A nossa maior dificuldade, a meu ver, é a dificuldade em se permitir o prazer, que extrapola o domínio sexual! Mas isso é uma história longa demais... Aliás, acho q a vida se assemelha a um prato de mingau quente - vamos comendo pelas beiradas até dar conta do prato todo! Abs.

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