segunda-feira, julho 12, 2010

Será que sabemos aceitar ajuda?

Na noite de sábado, fiquei triste. Nenhum motivo especial e muitos motivos ao mesmo tempo. Para resumir, acabei a noite sozinha no casarão, com a certeza de que isso se repetirá outras vezes daqui pra frente. Não consegui ler um livro, nem ver um filme e liguei o computador. Também não consegui escrever. Tuitei, meio sem vontade, mais por falta do que fazer (ao lado). Imediatamente, surgiram duas amigas solidárias. Uma delas, disponível para um papo. Só que eu não queria conversar. Ia fechar o computador, quando decidi fazer um esforço para falar o que sentia. Bastaram alguns minutos de conversa para eu mudar o foco e conseguir analisar a tristeza por um outro ângulo.
Como ando colecionando “ferramentas” pra vida, resolvi compartilhar algumas que adquiri, com essa experiência:
  • Nunca estamos sós, nem precisamos estar. - Todo mundo tem medo da solidão, inclusive eu, mas, muitas vezes, a gente se impõe a solidão, por acreditar que não há outra opção. Assim, com essa crença, mergulhamos em nós mesmos quando o que gostaríamos era de poder compartilhar o sentimento, abraçar um amigo. Fazemos o movimento inverso ao que desejamos, talvez para, inconsciente, nos punirmos por algo, porque todos nós também temos nossos cantinhos de culpa. A novidade – pelo menos pra mim – é que podemos fazer diferente. Podemos dizer pra alguém que não queremos ficar sós, que precisamos de uma conversa, ainda que o papo possível seja por telefone ou internet.
  • Compartilhando sentimentos, ganhamos novas possibilidades. - Quando conseguimos dizer o que sentimos para alguém, estamos nos abrindo ao olhar do outro. Essa diversidade nos enriquece porque acabamos enxergando nossas emoções com outros olhos e, portanto, sob novas perspectivas. Além de trazer amorosidade para a vida de ambos, de quem fala e de quem escuta, essa partilha tem efeitos terapêuticos imediatos.
  • É preciso aceitar o outro em nossas vidas. - Nem sempre é fácil aceitar ajuda. De novo, acredito que haja alguma intenção de punição inconsciente, porque nem sempre estamos abertos para as “ajudas” que aparecem em nossas vidas. Resistimos, reclamamos e nos fechamos para depois dizer que estamos sós. Nós sempre recebemos o que precisamos, só nos resta aceitar. Escrevi sobre isso aqui.
* Post inspirado por duas amigas tuiteiras @analimabrava e @lagioconda

    Um comentário:

    Ana Cristina Lima disse...

    Adoro as reflexões dessa mulher!
    Acho que você está certíssima, mas há momentos em que a melhor companhia para nós são os nossos pensamentos. Acho que ainda rende mais texto...
    Beijão e até já.

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