No entanto, essa percepção de que tudo nos implica ainda me surpreende. Acho que, quando nos integramos à corrente da vida, abrindo os corações e demais canais sensitivos de que muitas vezes nem nos damos conta, ficamos mais expostos e ampliamos a capacidade de sermos afetados e de afetarmos. Pergunto-me porque muitas pessoas não conseguem ter essa percepção e continuam vivendo desavisadamente, como se a existência estivesse circunscrita ao alcance da visão. Quem sabe não seja essa uma forma de proteção, uma vez que, “abertos”, perdemos a possibilidade de escolher entre alegrias e tristezas. Com o tempo, obviamente, aprendemos a lidar com tudo o que nos chega, mas não há como desenvolver uma exposição seletiva.
O motivo dessa reflexão foi uma notícia ruim, recebida por uma pessoa querida ontem, sobre a saúde de um parente próximo. A princípio, não tem nada a ver comigo. Sequer conheço o doente. Mas fiquei abalada. Pedi ajuda, de acordo com minhas crenças, e me senti como sintonizada com a pessoa acamada. Não pude evitar um pouco de dor, mas talvez essa seja também uma forma de enviar energias de saúde e amor para quem precisa. Se isso não ocorreu, posso garantir que, de alguma forma, naquele momento, ao menos conectei-me ao sofrimento daquele que conheço e, para ele, fluiram ondas de amor que sempre reverberam por outros lugares. É pouco o que faço, restrita por minhas limitações, mas, se todos somássemos conexões amorosas como essa, teríamos um mundo muito melhor. Com certeza!
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