domingo, junho 12, 2016

Num céu azul, a beleza de um dia frio!

O que você faz a maior parte do seu tempo? Se inventariasse cada hora do seu dia, poderia  
responder por que propósito dispensa suas horas? Não importa cargo ou função, nem o tipo ou local de trabalho, o fato é que todos temos muitas tarefas para cumprir. E não adianta dizer que a vida seria mais tranquila se pudesse ficar em casa. Uma das fases mais “tarefeiras” da minha vida foi quando os meninos nasceram. Mesmo de licença-maternidade, havia dias em que me esquecia até de escovar os dentes.
Semana passada, não consegui pausas. Para compensar, no fim de semana, alguns momentos deixaram a minha vida mais colorida. Adorei estar com amigos e familiares, mas tive algumas experiências que posso chamar de epifanias e, nelas, estava só. Uma delas foi pedalando na praia, sentindo muito frio, observando o mar revolto. Senti uma gratidão enorme por ter tido a coragem de me exercitar, apesar do frio; de poder ver, ouvir e sentir o mar; de trocar cumprimentos com as pessoas que acordaram com a mesma disposição de se exercitar que eu; de ver e ouvir os pássaros; de compartilhar da alegria dos casais abraçados.
A outra experiência especial foi quando o sol abriu no meio do domingo. Eu estava na rede, lendo um livro bacana, debaixo do cobertor. Parei de ler e fiquei ali, quentinha, olhando aquele céu lindo, sentindo o sol aquecer um pouco o dia gelado. Que momento “delícia”! Estava em paz e feliz, de moleton velho e cobertor, contemplando a natureza. A felicidade está mesmo em coisas muito, mas muito simples!!! Gratidão!

quarta-feira, junho 08, 2016

Perdão!

Violência contra mulheres me toca, me choca. Sinto-me mal até quando acontece na ficção. Dói a minha alma. Sei que uma mulher comum como eu não consegue se desvencilhar facilmente de um homem. E isso falando da força física, porque em outros âmbitos há outros tipos de agressões que mulheres sofrem todos os dias e que também doem na alma, ainda que seja aos poucos, ainda que poucas se deem conta. Desabafo assim, porque desde o dia em que soube do estupro coletivo que aconteceu no Rio, o tema não sai da minha cabeça.
Sinto muito pela menina e pela violência que sofreu. Mas sinto muito pelos meninos-homens também, e chego a me culpar por sentir isso. Sou mãe e muitos daqueles meninos poderiam ser meus filhos. Tenho uma compaixão profunda desses que certamente não nasceram monstros. Hoje, alguns deles seriam capazes de cometer atrocidades que eu sequer ouso imaginar, mas são seres humanos. Como eu. Sinto amor e compaixão por esses jovens, que a nossa sociedade relegou à margem. Que eu, de alguma forma, também contribuí para marginalizar.
Seria mais fácil se eu conseguisse me imaginar diferente deles. Eles e eu. Mas não consigo. Sou tão parte disso tudo que tenho evitado os jornais para não me doer ainda mais. Tento fugir dessa realidade que abomino. Quero construir outra realidade, mas não dá para fazer isso mantendo meus olhos fechados a esse lado obscuro. Peço perdão a essa menina e a esses meninos-homens. Nenhum deles deveria estar em meio ao tráfico, às drogas, aos abusos sexuais, à falta de oportunidades e a tantas outras perversões sociais.
Neste momento, penso em formas de substituir essa culpa improdutiva que sinto - que quase me fez apagar esse post – por ações possíveis, capazes de fazer alguma diferença na vida de algum jovem. Eu continuo com a crença de que posso mudar o mundo… Se eu conseguir ignorar as vozes que dizem que isso não depende de mim e que o mal é tão grande que não pode ser combatido.
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