segunda-feira, julho 05, 2010

Cartas pra Julieta: quem está à procura de um Romeu?

Me acabei de chorar vendo o filme Cartas pra Julieta. Tão lindinho, o romance com direito a happy end. Adorei! Era o que precisava mesmo. Não queria um filme denso que me revirasse do avesso, mas pra mente inquieta qualquer motivo é motivo e saí do cinema com os olhos inchados pensando no que leva as pessoas a desacreditarem da felicidade. Tema recorrente na semana passada, aqui no Coisas de Valor, essa história de busca da felicidade tem me dado assunto pra pensar. Como se eu precisasse de algo mais pra preencher a mente.
Não sei onde começou essa história de que a felicidade não existe, mas vou confessar que, depois de refletir muito, decidi por acreditar que a felicidade existe. Pra mim, ela é concedida aos que se acreditam merecedores, mas por períodos controlados, de acordo com a capacidade de cada um. Se fosse distribuída sem critérios e controle de dosagem, acabaria se transformando no novo mal do século, porque causaria dependência e alucinações. Portanto, ela existe e é ministrada em doses precisas e individuais.
A descrença, no entanto, na existência desse sentimento sublime e simples, é o que leva a maioria das pessoas a desperdiçarem suas doses. O filme fala um pouco disso quando mostra mulheres que recorrem aos conselhos de uma apaixonada Julieta shakespeariana para lidarem com suas relações. É de apavorar, considerando que Julieta suicidou-se por amor. Mais apavorante ainda é reconhecer que nós, como seres em pleno processo de evolução, também agimos muitas vezes como Julieta, abdicando da própria vida por algo que acostumamos a chamar de amor.
Talvez, essa também seja a causa da popularização de ditos do tipo: “ruim com ele, pior sem ele”, “melhor um pássaro na mão do que dois voando” entre outros que, graças a Deus, esqueci. Afinal, se não podemos ter muito, devemos nos contentar com pouco, certo? Não sei quem incutiu isso na humanidade, limitando nossas potencialidades. Às vezes, me pego duvidando e repito: “quem tudo quer nada tem”. Será? Então para que sonhar com voos mais altos? Chega! Decidi acreditar que posso fazer diferente, embora ainda trema diante das muitas vozes contrárias que escuto. Alguém disse que a unanimidade é burra; desculpe-me, não faço parte dela!

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