segunda-feira, março 30, 2015

"Encasulando"...

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou.”
Eclesiastes 3:1-2 
Os versículos bíblicos não saem da minha cabeça. Lembro, também, do filósofo grego Heráclito de Éfeso que dizia ser impossível entrar no mesmo rio duas vezes, visto que as águas já são outras e nós já não somos os mesmos, a cada instante. Sim, tudo o que existe está em permanente mudança ou transformação. Desde sempre. Mas saber disso não me ajuda a serenar. Preciso de muitos sinais e fico atenta, embora não me sinta em paz.
Heráclito mesmo dizia que a “a guerra é mãe e rainha de todas as coisas” e é nesse momento em que me encontro. Há uma “guerra” dentro de mim e tudo o que sei é que há algo a “tornar-se”, ou emergir em minha jornada. Também sei que o conflito cessará e dará lugar a algo íntegro, em unidade, ainda que a saiba passageira.
Preciso deixar ir e foram elas, mais uma vez, que me trouxeram sua medicina. Irmãs aladas, as borboletas, brindaram-me a com a medicina da transformação. São hábeis e conhecidas em processos de crescimento e evolução. Quem, senão elas, para lembrarem-me de que há etapas necessárias a todos os processos de transformação e de que as dificuldades podem ser transcendidas com leveza, naturalmente.
As borboletas rondaram-me por um dia inteiro, até que percebesse que este é um momento de voltar-me para mim mesma. “Encasular-me” um pouco. Sentir os movimentos do meu corpo, o ritmo da minha respiração, perceber as emoções que vêm e vão. Por ora, sou um pouco de tudo e, às vezes, só emoção. Mas recebo aqui e acolá esses cuidados do Universo. Paro agora. Aguardo um novo par de asas, alheia aos ventos e rumos que nos encontrarão. Apaziguo-me em mim.
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