terça-feira, dezembro 27, 2011

O que guarda um ovo?

O NOVO, a VIDA! E é isso que desejo a você em 2012: coragem para quebrar a casca que protege a vida! Estamos sempre prontos para nascer e renascer, ainda que fiquemos meio tontos cada vez que o ovo se rompe: DE NOVO! Feliz 2012!
* O vídeo abaixo lembrou-me de como é difícil romper com a casca do nOVO.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Na contramão (Feliz Natal!)

A pequena árvore
A gente aprende muito cedo, pelo menos a grande maioria de nós, a não andar na contramão. E isso vale para todos os aspectos da vida. Mesmo depois de Nelson Gonçalves afirmar que “toda unanimidade é burra”, a maioria de nós – consciente ou inconscientemente – prefere seguir “a voz do povo”. Seja pelo conforto ilusório de reduzir as chances de errar, seja pela ignorância das demais possibilidades existentes, seja para não desagradar a quem se ama ou ainda por um outro motivo além destes; em todos os casos há um pouco (ou muito) de medo ou culpa. Aliás, ambos parecem andar colados à trajetória humana, sendo os maiores empecilhos à ousadia de buscar o novo e arriscar novos caminhos, com sensações e conquistas diferentes daquelas experimentadas até aquele ponto.
Tudo isso para dizer, simplesmente, que este ano me desfiz de uma enorme árvore de Natal trocando-a por uma de cerca de 40 cm. Demorei alguns anos para me desagarrar da dita cuja que foi comprada logo que me mudei para uma casa maior, ainda com os meninos pequenos. Parece que o sonho da árvore de Natal, acompanha o da casa própria. Os dois vieram juntos no meu pacote e trouxeram muitas alegrias. Como uma boa árvore dos sonhos, abrigou os desejos da família por mais de 10 anos, mas fazia algum tempo que ela perdera o sentido pra mim. Nos últimos dois anos, montava-a muito mais pela necessidade de fazê-lo do que pelo gosto. Afinal, “todos querem ter uma árvore assim e o Natal enche todos os lares com seu espírito contagiante”, dizem.
Este ano, talvez, o espírito de Natal da minha casa tenha ido na contramão das demais. Desfiz-me da imensa árvore, que deve estar alegrando outras pessoas com sonhos distintos dos meus e de meus familiares. Ganhei um sentimento de leveza e tranquilidade, que só nos acompanha quando temos coragem de abrir mão do que já não nos servem mais. Os objetos atuam como símbolos desse movimento e esse mesmo sentimento pode ser observado com tudo o que nos cerca. O desapego é um grande desafio pra maioria de nós.
Quando nos desapegamos de uma roupa, nos apegamos à outra, num movimento que se repete com sapatos, discos (cds e dvds), livros, bolsas e sabe-se mais o que. Reproduz-se também no plano sutil, onde nos prendemos a amizades, afetos e outras relações com prazo de validade expirado simplesmente porque não ousamos arriscar. Temos medo de dizer ao mundo que desejamos diferente, não só em relação à maioria, mas também a nós mesmos. Querendo ou não, modificamo-nos, numa transformação contínua, evidenciada pelas células do nosso corpo, mas muitas vezes rejeitadas pela mente. Daí, andar ao lado da maioria nos ajuda a resistir a movimentos que trazem o desconforto da novidade, mas que, paradoxalmente, enchem-nos de possibilidades, incluindo aquela de desfrutar novos momentos de felicidade e prazer.
Então, desejo-nos, neste Natal, uma caixa de ousadia, em doses fortes o suficiente para neutralizar os efeitos que o medo e a culpa trazem para quem deseja ir na contramão, buscando para si novos caminhos. Eu, bem diferente de Nelson Rodrigues, não me atrevo a dizer que “a unanimidade é burra”, apenas digo que ela não serve a todos. E quando algo não nos serve, com ou sem nossa própria licença, torna-se incapaz de nos trazer alegria e paz, e isso também desejo pra todos nós!
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