quarta-feira, outubro 22, 2014

A Pasta das Ideias

Estive organizando papeis. Acumulo um monte deles: notas, cartões, panfletos, rabiscos, desenhos. Tudo parece ter um porque. Quando preciso esvaziar as mesas, organizo em pastas suspensas. Hoje abri a pasta das “Ideias” para colocar mais uma delas que registrei em notas e folhetos com informações. Fiquei um tempo olhando pras ideias antigas e novas. A maioria delas são boas, mas ficaram ali, na pasta, envelhecendo. Tirei da pasta algumas poucas coisas que ainda tenho vontade de fazer e coloquei na agenda. Quantas ideias são desperdiçadas por motivos que a gente sequer sabe enumerar.
A ideia boa chega com energia boa. É só prestar atenção. Vem aquela ideia nova, os olhos brilham e a gente fica entusiasmado ante a perspectiva da realização. Nessa hora, o pior que se pode fazer é colocar a ideia na “Pasta das Ideias”. Se essa pasta não for olhada em bem pouco tempo, e a maioria das pessoas não o faz, a ideia que fez o olho brilhar está condenada, no máximo, ao lugar das lembranças vagas. Perde a energia criadora.
De verdade, o melhor que se pode fazer quando a ideia surge é aproveitar a energia que a acompanha: seguir o fluxo e agir a partir daí. Pode ser um primeiro passo, uma primeira conversa, uma primeira pesquisa. Ideias nem sempre dão certo, mas condená-las à morte dentro de uma pasta de papel é deixar de aproveitar a inspiração, que muitas vezes vêm de conexões importantes com o nosso ser mais profundo. Sim, pode não dar em nada, e muitas não dão mesmo, mas também pode resultar em algo fantástico. Só dá pra saber se dermos mais alguns passos.

Por isso, acabei com a pasta das ideias, que mais parecia um túmulo!

UM PRESENTE PRA VOCÊ!
Todas as semanas, preparo alguma dica que possa ajudar a gente a sair do "piloto automático", refletindo um pouco sobre como podemos ser melhores e cada vez mais plenos. Se quiser receber as DICAS DE COACHING, é só clicar.

domingo, outubro 12, 2014

Sai pra lá cansaço: quero uma semana cheia de energia e feliz!


Tantas coisas pra resolver de uma vez que, no balaio da vida – lugar onde filhos, trabalho, afetos e
torneira quebrada se misturam -, cada item ganhou um peso enorme. Andava tão cansada que decidi procurar um médico: devia ser anemia ou alguma outra doença a me tirar as forças. Precisava sair do lugar. Marquei a consulta com um clínico que me fora indicado e, no dia marcado, lá estava eu cheia de esperanças que um exame de sangue revelasse alguma fragilidade a ser imediatamente resolvida com vitaminas. Não foi bem o que aconteceu. O médico analisou os exames mais recentes e afirmou: “nenhum exame que você fizer vai apresentar dados novos”. Receitou vitaminas, mas alertou: “não deixe da fazer atividades físicas.”
Saí do consultório desanimada. O que fazer com a exaustão? Onde arrumar tempo pra não relaxar com a atividade física? E o que dizer dessa sensação de que jamais darei conta de todos os itens da minha agenda? Sentada no carro, me veio um pensamento, daqueles que mais parece uma voz – ainda que inaudível: “Você não está doente. É tudo uma questão de decidir”. Como decidir não me sentir exausta? A “voz” respondeu: “Decidir o jeito de encarar as situações que aparecem no seu dia.”
Eu sorri. Era simples, mas sensato. Afinal, uma torneira quebrada é... Com qual das opções abaixo você completaria a frase?:
( ) uma coisa rápida de resolver.
( ) um problema a mais na vida já tão corrida e atribulada.
( ) um transtorno porque mão de obra para esse tipo de reparo é difícil e desonesta.
( ) uma dessas situações chatas pelas quais mulher nenhuma deveria precisar passar.
Eu confesso que estava marcando todas as opções, menos a primeira. Não só para a torneira, mas para todas as outras coisas que preciso resolver. Vitaminas vão me fazer bem, mas a razão da exaustão era eu mesma, atribuindo um peso extremo a cada coisa que me acontece. Nesse contexto, um feijão queimado pode virar uma crise mundial.

Cheguei em casa, revisei minha agenda, olhei cada item com muita gratidão. Não era um olhar tolo, mas consciente, porque em cada “problema” realmente havia uma dádiva. Amanhã, começo o dia tendo que levar meu carro pra consertar, mas sinto-me grata porque pude usar hoje o carro do meu filho e porque a garantia do meu ainda não acabou. Xô, cansaço: escolho uma semana produtiva e com muita energia!

quarta-feira, abril 02, 2014

A felicidade cotidiana

Não passou muito tempo desde o dia em que fiz escolhas que mudaram radicalmente a minha vida. Há quem ainda me cobre explicações ou me recrimine. E todas essas pessoas têm razão. Até pra mim, às vezes, é difícil entender este caminho em que me meti. Mas há momentos, e muitos deles, em que sinto-me em paz e feliz. Abri mão de muitas coisas, entre elas o conforto de poder contar com pessoas que cuidavam da minha casa e da minha família há muitos anos. A minha vida ficou mais dura, mesmo. Casa grande, filhos, trabalho e todas as funções domésticas pra cuidar. Pra mim não é fácil. Nunca foi. Desde pequena, fui acostumada a sentar à mesa já posta e nem sei se retirava a louça. Por isso, momentos muito simples ganharam status de festa. E eu adoro!
Hoje foi um desses dias. Sinto-me muito feliz e abençoada. Preparei almoço e janta pra mim e pros filhos. Nada de especial, mas, com a correria diária, um peixe fresco frito no almoço, com arroz, feijão, salada e suco de acerola colhida no quintal viram um banquete. E quando consigo que sentem à mesa, desligo a televisão (às vezes, brigo pra isso, é verdade!) e conversamos sobre qualquer coisa. Para mim, é uma epifania! Na janta, um frango cozido com cenoura, me deixou nostálgica. Foi um dos pratos que aprendi a preparar quando casei por ser bom de congelar! Só tinha um filho à mesa, e justamente o de paladar mais exigente. Repetiu o prato enquanto conversávamos. Felicidade deve ser o nome do que sinto agora!

Claro que adoro conforto e tudo o mais que a vida tem de bom! Não sou louca! Mas o meu momento agora é esse. E em tudo, realmente, há algo de maravilhoso. Descobrir o prazer de cozinhar, preparar a comida da minha família, sentar à mesa para conversar sobre assuntos cotidianos e dividir tarefas (ainda que seja muito na marra!) é uma dádiva que recebi. Há beleza em tudo na vida! Até numa pia cheia de louça suja! :)

quinta-feira, março 06, 2014

O tempo de aprender a amar

Nascer do sol em Tongariki, Rapa Nui
Quarta-feira de cinzas se foi. A despeito dos desejos e ideias que possamos ter do que vem antes e depois desse dia, há algo a ser começado. Eu já não faço contas de quantas vezes começo e recomeço desde que me dei conta de que tudo tem um ciclo de vida. Há algo novo para acontecer todos os dias. É um movimento tão natural que eu sou forçada a me indagar acerca da resistência. De onde ela vem? Por que, às vezes, é tão difícil soltar? Por que me imputo o sofrimento do desejo da permanência em um mundo visivelmente impermanente? E aí lembro de uma frase de botequim: “se não acabou é porque não chegou ao fim”.
Parece engraçado, mas se há uma situação, qualquer que seja, que não consigo deixar para trás é porque ainda há vínculos, quaisquer que sejam, a ser desfeitos. Faria diferente se soubesse como e se não o faço é porque ainda preciso aprender algo com a situação que retenho. Também me pergunto porque não escolho abreviar meu tempo de aprendizado, já que poderia perceber mais rapidamente o processo a vivenciar e simplesmente seguir, com mais leveza. Mas e se a leveza, por si, ainda é uma lição a aprender?
Tudo é cíclico, e a minha vida não é diferente das demais. Percebo que o sofrimento pode ser ampliado, não pelo processo que ainda experimento, mas pela não-aceitação do meu próprio tempo de aprender. Julgo-me tanto e encho-me de expectativas a meu respeito, que deixo de me conceder o lenitivo do amor e da aceitação de mim. Amor não por quem eu pareço ou gostaria de ser, mas pelo conjunto do que sou no presente, em essência, com máscaras e sem elas, com resistências e aprendizados mais lentos, com avanços e aprendizados mais rápidos. Entender que faço escolhas a partir do menu que consigo ver, pode me ajudar a ser mais complacente comigo.
Sim, posso ampliar a visão sempre, enxergar novos menus, ousar novas escolhas, mas há um tempo que é meu, o meu tempo de aprender. E, nesta quarta-feira de cinzas, que simbolicamente em minha cultura é um renascer, me declaro amor incondicional, de uma forma mais profunda que experimentei antes. Amo incondicionalmente o ser que sou e, ao declarar isso, já me surgem vários julgamentos sobre quem sou e sinto-me tentada a fazer-me uma promessa já que não fiz nenhuma de muito peso para 2014: Prometo ao ser que sou não julgar-me mais. Não há espaço para julgamentos onde há amor e aceitação!

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Não estamos sós, nem somos tão originais assim!

Tive prenúncios, mas hoje veio a certeza: estou em um momento em que está tudo virando de cabeça pra baixo. Nada grave, mas muitas e muitas coisinhas para serem resolvidas em curto espaço de tempo, com muito desperdício de energia porque me tiraram do eixo. Não resisti e postei uma frase no Facebook, talvez porque tenha ouvido falar nas energias de Mercúrio retrógrado (não entendo de Astrologia, mas...), talvez porque só quisesse me sentir acompanhada, ou quem sabe por esse costume louco que as redes sociais nos trazem de compartilhar coisas.
O fato é que deu certo, seja lá a razão de tudo isso: vi que não estou sozinha, lembrei de que pedras e tropeços fazem parte de todas as jornadas, olhei um pouco mais pro outro e desviei a atenção de mim mesma, recuperei o centro e a tranquilidade. Afinal, daqui a pouco, nada disso estará mais por perto. Tudo passa mesmo, independente do nosso julgamento sobre o que é bom e ruim!
Tudo transcorre do jeito que deve ser e bem de acordo com a minha necessidade de desenvolvimento. A vida é generosa, mesmo quando a bomba d´água quebra, o cachorro entra em casa e suja tudo e depois faz o mesmo no escritório, o vizinho demole a casa aos poucos deixando poeira pra todos os lados, o cansaço vem antes do dia terminar, a lista de tarefas não se esgota e falta dinheiro pra tantas contas de início de ano. Essa mesma vida, me oferece amigos carinhosos, presentes inesperados, a gentileza e a solidariedade de pessoas que fazem parte do meu dia, um pé carregado de acerolas, a possibilidade de acompanhar meus clientes em diferentes processos e aprender com cada um deles e mais tanta coisa que não cabe em listas.

Se não dou conta de perceber tudo isso, há a espiritualidade que só exige de mim a confiança de que estou amparada pelo que me transcende. A próxima vez que o cotidiano (Mercúrio retrógrado?) me tirar do eixo, vou lembrar rápido daquela frase que está até em para-choques de caminhões: “Ora, que melhora!” Vale pra todas as crenças e nos faz recordar de que não vivemos a esmo, mas amparados para evoluir e contribuir com a evolução do Mundo.

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Uma nova mulher, uma nova coach

Luz!
Levei um tempo para colocar os pés no chão. Foram nove meses olhando para mim mesma, para o outro e para o mundo; descobrindo coisas novas sobre esse conjunto (eu, o outro e o mundo) o tempo todo; despindo-me de máscaras que sequer sabia existir. O curso chegou ao fim, fui certificada como coach ontológico e isso só significa que o caminho continua, continua e continua. Não há fim quando desejamos ser melhores a cada dia. Não importam os cursos, a experiência de vida ou os livros lidos: o aprendizado é contínuo, infinito. Então, o coaching ontológico “só” um marco na minha linha da vida, mas um marco que merece ser muito celebrado, pois depois de nove meses me senti renascer. Há algo novo em cada pedaço de mim e um senso de propriedade que só faz crescer.
Então, me permiti umas semanas para me acostumar
a esse novo eu. Até porque tudo que é novo causa estranhamentos e eu ainda estou assim: estranha, aprendendo a usufruir desse novo mundo que se apresenta agora para mim. Comemorei (e ainda comemoro) com amigos, família, mas comigo mesma organizei uma celebração especial e realizei o sonho de conhecer a Ilha de Páscoa, um lugar cheio de encantos, magias, histórias, sinais. Lá esse novo conjunto – EU - sentiu-se abençoado pela natureza e por toda a energia que está impregnada nas rochas que formam aquela pequena ilha. Cada dia em Rapa Nui era um dia especial, que anunciava, confirmava, exibia, revelava de alguma forma o novo em meu ser!
Aos poucos estou conseguindo caminhar com esse conjunto de emoções, corpo e linguagem, que estabelece em mim uma nova (e ás vezes desajeitada) coerência. E desajeitado, aqui, não tem nada a ver com confuso. Vou enxergando com clareza, mas sem certezas, e sentindo vontade de experimentar o que a vida me oferece. Vou me definindo, sem pressa, como oferta para o mundo, feliz demais por poder acompanhar outras tantas vidas que também buscam evolução, aprendizado, desenvolvimento, plenitude, alegria, serenidade... Ser coach, pra mim, é algo mágico e não tem nada a ver com ter as respostas certas. Tem a ver com fazer parte desse movimento em que pessoas buscam viverem cada vez melhor consigo e com os outros em todos os âmbitos.



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