quinta-feira, junho 24, 2010

Pra você que passa por aqui...

Eu escrevo pra mim ou pros outros? Quero que me leiam ou quero me entender? Estou sempre às voltas com essas questões quando paro pra pensar no Coisas de Valor. Criado em 2007, ele durou 2 ou 3 posts, após seu nascimento. Não tinha motivação para blogar e não havia entendido essa interação virtual. A compreensão do que é blogar, de fato, está acontecendo agora, quase um ano depois de ter começado a postar com regularidade.
Isso aconteceu no ano passado, quando me vi com uma necessidade enorme de falar e ninguém pra escutar. Resolvi lançar meus pensamentos na rede. Para minha surpresa (e enorme alegria), encontrei eco e isso me animou a continuar. Mais que a compreensão e o interesse alheios, descobri, através da escrita, um meio de chegar a lugares de mim que só as palavras alcançam.
Substituir o hábito de escrever em papéis e cadernos velhos, que iam pro lixo, pela publicação na rede, teve e tem muitos efeitos positivos na minha vida. O primeiro deles foi organizar meus pensamentos e escritos, de forma a recuperá-los posteriormente; o segundo foi a possibilidade de elaborar emoções; o terceiro foi a recuperação do prazer de escrever e a redescoberta da linguagem como meio de existência e de construção de relacionamentos com os outros e comigo mesma.
O blog, hoje, pra mim, é grande fonte de prazer. E não por uma questão de ego, mas porque ele revela pra mim mesma quem eu sou. Acabei de ver Julie e Julia, um filme maravilhoso e sensível. As discussões em torno do blog de Julia e da sua motivação em escrever lembraram-me de mim. Atualmente, tal como Julia, preciso desse espaço para existir e resistir. Quando recebo um comentário, é como se, por intermédio de um leitor, o Universo me tomasse pela mão e me conduzisse por algum ponto mais difícil do caminho. Impossível, não blogar depois desse filme.
Agradeço, de coração, aos que chegam aqui de alguma forma. Acredito que não conhecemos muitos dos propósitos da vida e sinto que, no Coisas de Valor, pessoas especiais aparecem e deixam seus recados, participando de um pequeno – mas não sem importância – movimento pela redescoberta do REAL VALOR da vida. Amor e Paz!

5 comentários:

Li Balbinno disse...

Adorei! É assim que me sinto quando escrevo.
Seu Blog está um show!
Bjs,
Li.

Silvio Freire disse...

Wow, um post paulistano! Quanta honra!
Entendo exatamente o que você quer dizer. Papéis e cadernos velhos às vezes são encostados e a criação se perde por inércia. O que a gente pensou se valoriza na escrita teclada, não que o manuscrito seja inferior, porque é agradável escrever à mão livre, mas porque o texto teclado já foi corrigido, as palavras certas intercaladas, a revisão sem rabiscos, tudo conspira para que gostemos mais do que já está alí prontinho para ser lido. E a cumplicidade da rede, que é espontânea, passa a ter mais valor do que aquilo que temos que mostrar para ser avaliado, às vezes de forma leviana. O post é uma obra pronta para consumo e é exatamente isso que ele parece. O texto manuscrito ou impresso não é tão acabado quanto o post, pois este não pode mais ser amassado e jogado fora. Está lá, fora de alcance, é real, é uma obra acabada.
Gostei muito deste também.
Silvio Freire

Hélia Barbosa disse...

Olá, querida!!

É exatamente assim para mim também!!

Hoje sei que escrevo não só para mim, mas para os outros também... Descobrir essa forma de interaçãos que a blogosfera nos oferece é algo delicioso! Faz um bem danado!

Sim, com certeza você está atingindo esses objetivos...

Beijos com carinho!!

Mônica Alvarenga disse...

Silvio, Li e Helinha,

Obrigada pelo carinho. Ando deslumbrada mesmo com essas trocas e possibilidades... Caminhar junto é infinitamente melhor que o caminhar solitário!

Beijo grande pra vocês.

Silvio Freire disse...

Desculpe, fugi do foco. Creio que, em princípio, você escreve para você, e com isso nos atrai.
Silvio Freire

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