terça-feira, junho 01, 2010

Educação inovadora? Estamos preparados para arriscar?

Quando escolhi a escola do meu primeiro filho sabia o que queria: um lugar que propiciasse a ele suas próprias descobertas. Não queria um modelo tradicional de ensino, eu mesma não havia frequentado um. Buscava algo mais moderno, que estimulasse a inteligência, a criatividade e o pensamento crítico. E assim foi. Escolhi a dedo as escolas que os três frequentaram, pelo menos até um certo ponto. Os meninos crescem e antes mesmo de virarem homens começam a fazer suas escolhas. Em função delas, deixaram a escola internacional que eu amava, localizada em uma grande área verde a 5 minutos da nossa casa, e foram estudar em escolas bem tradicionais, que jamais teriam sido minha primeira escolha. E estão felizes.
Eu me adaptei e descobri logo que cada um deles tinha seu próprio desejo e que este em nada tinha a ver com os meus. Para resumir: um quer ser jogador de futebol, é federado em futebol de salão e de campo; outro, jogador de tênis, e estuda, hoje, por apostilas para se dedicar ao tênis com maior intensidade; e há aquele que, às vésperas de fazer vestibular, diz que quer ser barman. Ótimo. Digo aos três que sejam responsáveis por suas escolhas e que assumam os riscos de cada um de seus passos. Que sejam felizes.
Aos amigos, às vezes, me queixo. Queria ter filhos que gostassem de estudo, livros e cultura. O mais difícil, no entanto, foi ter que escolher escolas que se encaixassem às suas aspirações nada acadêmicas. Pensava não ter conseguido alcançar o meu objetivo e achava que havia falhado na minha busca de oferecer a meus filhos uma educação inovadora. Hoje, me dei conta que não. E fiquei feliz ao perceber que estou cumprindo aquele plano que tracei quando da chegada do primeiro filho. Estou sendo o mais inovadora que posso na educação deles. Cada um está tendo a chance de realizar seu sonho, arcando com o custo de suas escolhas. O apoio materno acontece de forma sutil e em momentos em que lhes falta maturidade para superar os inevitáveis obstáculos.
Devo confessar que sinto uma ponta de inveja das amigas que têm filhos com notas excelentes, alguns em universidades federais. No entanto, levo poucos minutos para perceber que meus filhos fizeram e fazem suas próprias escolhas, rompendo com muitos paradigmas, inclusive aqueles que nortearam a minha educação. Ao rever meus posicionamentos em relação à vida acadêmica e ao processo formal de aprendizagem, estava ensinando a eles o que eu mais desejava: que podem ousar sempre se o objetivo for a felicidade. E que devem fazê-lo por eles mesmos e não por seus pais. Assim, mesmo errando muito como mãe, coloco-me também na posição de aprendiz e, junto com eles, sigo aprendendo minhas lições.

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