domingo, maio 16, 2010

Nem dá nem tempo de comemorar a vitória


Quem acredita que existe um mundo que transcende a compreensão humana, vive em busca do equilíbrio entre o que vê e compreende e o que sente, mas não explica nem mostra. É o meu caso. A espiritualidade faz parte de mim tanto quanto o mundo material e sigo buscando a convivência entre ambos e os aprendizados que se pode obter dos dois lados. Em qualquer um desses caminhos, acumulo conquistas, derrotas, tropeções, risadas e lágrimas. Mas não posso dizer que esteja parada. Persigo a evolução em ambas as esferas, mas o movimento constante me mostra que ainda há muito a percorrer.Acabo de voltar da Aldeia de Sol, um local propício a práticas nativas, dessa vez conduzidas pelo índio lakota Vernon Foster (Wakia Un nanee). Os rituais, com a ajuda dos participantes, foram muito intensos, mas, desde o sábado, só tinha o que agradecer. Estava muito emocionada por conquistas pessoais pelas quais trabalhara e pedira muito naquele mesmo lugar. Embora o impacto das mudanças desejadas estivesse provocando um pouco de sofrimento, todas as experiências, pra mim, representavam um grande processo de cura. Estava em paz, energizada e saí da tenda do suor consciente de minha força, condição feminina e ancestralidade.
Presunçosamente, achava que já tinha resolvido todas as minhas questões, então era só curtir a boa maré. Mas presunção e autoconfiança têm significados distintos. Por ignorância ou falta de humildade, cerrei os olhos para um processo que ainda me causava dor, julgando-o resolvido. Ainda não sabia que, quando entramos numa jornada de autoconhecimento, não há como esconder o lixo sob o tapete: ele sempre acaba aparecendo. E, em uma das práticas conduzidas pelo lakota, psicólogo e terapeuta, a emoção fluiu, como tinha que ser. A força que eu sentira desde o início do fim de semana, abriu uma brecha para liberar o medo e a fragilidade que eu teimava em esconder de mim mesma. Estava tudo lá! Não havia como não ver, num choro compulsivo, pedaços doloridos, mascarados por de mim.
Estava em grupo, no meio de pessoas muito amorosas com quem compartilho parte da minha jornada, e o resultado não poderia ter sido melhor. Reconheci minha dolorosa fragilidade, aceitei-a, acolhi e, com amor, tive ajuda para enfrentá-la, num poderoso processo de cura. O que me fez refletir , no entanto, não foi o choro, nem a ajuda dos amigos, mas o surgimento de um sentimento que eu achava inexistente, num momento em que pensava que não havia muito mais a conquistar. Já havia conseguido superar uma das maiores dificuldades da minha vida. O que mais poderia surgir?
Estou e estarei sempre aprendendo. O Universo, em sua perfeição, não dá descanso aos que desejam evoluir, seja em que campo for da vida. Profissão, espiritualidade, relacionamentos, saúde: há sempre o que melhorar. Quando superamos um desafio, outro surge imediatamente. Mas eu ainda ignorava essa dinâmica da vida, ou, pelo menos, fingia. Quando me preparava para aproveitar uma possível zona de conforto, surge novo incômodo, requerendo novo aprendizado.
Sem tristezas. Não há fim, mas há resultados. Sinto-me, de fato, mais forte e consciente a cada dia e isso é motivo de muita alegria. E talvez, porque esteja fortalecida, o Universo também cuida para não dar tréguas. Dá-me a capacidade e os obstáculos a superar na justa medida. E isso tem dado muito certo: estou com muito mais agilidade no cair e levantar e cada vez mais apta a conviver em harmonia com os companheiros de caminho.

Um comentário:

Patrícia De Luna disse...

Oi Monica ,
O Foster tambem me amarcou e escrevi no meu Blog sobre nosso encontro no RIo. Peguei uma das suas fotos para as pessoas verem um pouco da energia que ele passa.
Http://patriciacarneirodeluna.blogspot.com

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