sábado, maio 15, 2010

Voltei: estou aqui no PRESENTE

Um comentário no blog, num momento de ansiedade, lembrou-me que eu estava fugindo do momento presente. Acho que, de alguma forma, naquele momento, eu e aquela leitora que comentou no “Simplesmente Agora” dialogamos. Intriga-me essa imensa teia em que estamos enredados, independente de nossa vontade e que me conecta a pessoas de formas distintas e, às vezes, inimagináveis. Lembrei-me da conhecida frase de Shakespeare, no diálogo entre Hamlet e Iago: “há mais mistérios entre o céu e a terra que pode conjecturar uma vã filosofia”. Senti-me o Iago, com tantas indagações.
O despertar que me veio através do comentário recordou-me de quem eu sou e de minha rede interna que me leva ao centro de mim. Acredito que eu, parte da rede, seja por mim mesma uma pequena teia de intrincadas relações com um centro, que chamo simplesmente de essência divina. Quando reconecto-me ao fluxo da vida, assenhoro-me de mim mesma, e, por isso, naquele texto, falei da “técnica” do agora. É uma maneira de lidar com os temores que o novo e o desconhecido me causam.
Todos os dias temos novas experiências. Mesmo que não percebamos. Pode ser um corte de cabelo diferente, um esmalte de unha de cor inusitada, uma nova pessoa que ingressa em nossas redes de relacionamentos, um olhar que nos atinge de forma mais contundente, o sorriso do porteiro e por aí seguimos numa lista interminável. Cada uma das novidades nos afeta de forma diferente e, às vezes, imperceptível. Mas por que algumas nos causam tanto medo e ansiedade? Talvez essas sejam as experiências mais profundas e o sentimento que provocam não seja medo, mas temor, respeito, por tudo o que poderão representar em nossas vidas.
De qualquer forma, agora, nesse exato instante, estou deixando esses sentimentos e dúvidas de lado. Nunca terei mesmo a certeza do que está por vir e nenhum oráculo poderá me assegurar dos resultados dos meus movimentos presentes. Então, viverei “simplesmente o agora” porque acabo de me dar conta de que fugir desse instante será sempre uma fuga de mim mesma. O respeito e o temor não paralisam, demonstram-me a importância dos próximos movimentos da minha vida. Amo e aprendo com todos eles e agradeço a cada instante as relações que vou estabelecendo ao longo da minha jornada, capazes de, num momento de novidade, ajudarem-me a perceber o presente, o único espaço que importa. E se me afasto dele, não há problema, não estou só e não me faltam sinais apontando para onde devo estar a cada instante.

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