sexta-feira, abril 23, 2010

Não é um simples smartphone...

Durante muito tempo, meus celulares eram básicos. O modelo mais barato que a operadora oferecia. Bastava falar. Até que alguém observou a simplicidade do meu aparelho e me questionou com um argumento meio bobo, do tipo: você não tem vergonha desse aparelho horrível? Confesso que não tinha, mas logo em seguida comprei uma aparelho mais sofisticado e, de lá pra cá, fui tendo modelos melhores até que as regras de fornecimento de aparelhos da operadora da empresa mudaram. E eu voltei ao tempo em que ao celular bastava a função voz.
Isso também passou! Em 2009, comprei meu primeiro smartphone. Fiz um novo plano, com outra linha, e fiquei conectada full time ao mundo virtual através de um BlackBerry Storm, cheio de deficiências, que o fabricante promete corrigir nos próximos aparelhos. Mas não importa, as mudanças que ele trouxe para minha vida foram inúmeras. Hoje, me dei conta de que ele não é um simples aparelho, mas uma companhia, ou melhor, uma forma de acessar pessoas com quem me relaciono em momentos em que eu estou fisicamente sozinha.
Às vezes, como no mundo real, não encontro mesmo com quem conversar virtualmente, mas, em outras, posso me dar ao luxo de estar virtualmente acompanhada, mesmo estando aparentemente sozinha. Troco ideias sobre a vida, mando fotos do que vejo naquele momento ou do que mobiliza minha atenção. Recebo fotos do que os amigos estão fazendo. Acompanho torneios esportivos, mudanças, refeições. É um movimento meio louco, para quem, há quatro anos, tinha apenas um celular que falava. Mas é gostoso.
Como tudo que é novo, não sabemos ainda os efeitos dessa tecnologia, mas posso garantir que me sentir acompanhada em momentos em que não gostaria mesmo de estar sozinha é muito bom. Há amigas reais que criticam, dizem que ele tira o meu foco e rouba o meu tempo, já tão escasso. Mas eu argumento: não vejo novela, dificilmente passeio em shoppings, faço compras no mercado sempre olhando pro relógio: então deixem-me com o BB. Levo-o pra tudo quanto é lugar, tuito (minha recente mania), mando e envio e-mails e recados. Fico com receio dessa dependência. Mas como o momento a curtir é o agora, curto minhas companhias. Algumas conhecidas no mundo real, outras não, mas já realmente queridas.
*** Uso real e virtual aqui com a conotação que a maioria das pessoas conhece, mas acho que esses conceitos carecem de revisão, urgente! Em breve, escreverei sobre o assunto.

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