domingo, janeiro 31, 2010

Aprendendo com os filhos

A vida é um aprendizado contínuo. A gente sabe! Mas esquece e, frequen-temente, assume posturas arrogantes ou ignorantes diante de diferentes situações. Mas, quando se mantém a mente aberta e coração desperto, os ensinamentos chegam das mais variadas formas. Eu a encontro mestres em todos os cantos e agradeço por cada aprendizado.
Na semana passada, aprendi algo de muito valor com meu filho de 12 anos. Fui buscá-lo no futebol e, ansiosa por participar da vida do filho, crivei-o de perguntas. Queria saber do treino, dos colegas, do técnico, do preparador físico e mais, queria saber também como ele se sentia em fase de teste físicos, diante da perspectiva de jogar também futsal e do aumento de horas de treinos. As respostas não me saciaram: resumiam-se a sim, não e mais ou menos. Aí eu não aguentei e pedi: “Não dá pra você responder direito? Quero saber o que está se passando com você.” Ao que ele respondeu: “Mãe mas é só isso, não tenho mais o que dizer. Tá tudo bem.”
Então tá. Estava tudo bem. Mas eu queria que ele me dissesse se estava feliz, o que sentira quando o técnico convidou para treinar em um outro time. Queria detectar algum sinal de emoção ou de qualquer outro sentimento. Mas estava tudo bem. Ele não poderia me falar mais do que isso, porque, naquele momento, tudo pra ele era simples assim, e a complexidade estava dentro de mim.
Tenho aprendido, muito vagarosamente, a não criar expectativas. Mas às vezes me esqueço e projeto-me no outro querendo respostas que ninguém jamais poderá me dar. E aí, vem a inevitável frustração. Fiz perguntas e considerações pro meu filho que estavam dentro de mim e que, portanto, caberia a mim responder. Na verdade, ao indagá-lo tanto, queria saber dos meus sentimentos em relação à atividade física dele, à ênfase que ele – com a permissão dos pais – dá ao esporte em sua vida e ao desejo de, um dia se profissionalizar. Era a mim mesma que eu prescrutava e como não obtia dentro de mim as respostas que desejava, disparava minha saraivada de perguntas pra ele.
É verdade, eu não sei ficar quieta e, exatamente por isso, escrevo nesse blog. Quando escrevo, me ouço, mas quando publico, arrisco-me a alcançar alguém e aí converso. Mas sei que preciso aprender a valorizar mais o silêncio e a buscar, dentro de mim, as respostas a muitas das minhas indagações. Tenho certeza de que, assim, ficarei mais leve. Pra mim e pro outro, incluindo aqui os meus meninos.

Um comentário:

Lianni Balbinno disse...

Eu simplesmente adorei!
Sei como é isso e o quanto as respostas monossilábicas nos causam frustração.
Meu filho era da mesma maneira, até que foi crescendo e um dia me disse:
-Já falei mãe, tá tudo bem. Que mais que você quer ouvir? Quer que eu complique a resposta?
E assim vamos aprendendo com eles...

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