domingo, janeiro 03, 2010

Controlando o que?


Controle! Essa palavra está no inconsciente de quase todos os protagonistas de relacionamentos fracassados. Poucos têm consciência dessa urgência em controlar o outro: queremos receber aquele telefonema, aquele e-mail ou então que o outro entenda aquilo que deixamos transparecer só com um gesto ou uma meia-palavra que para nós parecia tão óbvio. Tudo isso disfarça a nossa necessidade enorme de controlar e demonstrar pra quem quer que seja que detemos o poder.
Acontece que esse poder não traz felicidade e ainda é fonte de muitas decepções porque não é difícil que o outro se dê conta - às vezes também por um processo inconsciente – de que há alguém tentando controlá-lo. E ele escapa. Não compra o presente que desejamos, nem marca aquela viagem, não envia o e-mail que gostaríamos tanto de receber, sonega o telefonema, esquece aquela data importante. E por aí seguimos numa lista sem fim de expectativas que nós mesmos criamos.
Por que controlar? Porque essa é a forma de nos acharmos importantes para o outro. Na falta de darmo-nos a devida importância, delegamos essa tarefa a alguém que jamais será capaz de realizá-la a contento. O resultado é a frustração. Mas, ao nos darmos conta dessa necessidade enorme de controle, podemos liberar. Dar ao outro – quem quer que seja ele em nossa teia de relações – a liberdade de ser ele mesmo. Assim, renovamos nossas chances de alcançar a felicidade, permitindo o mesmo a outrem. Transformamo-nos todos em companheiros de jornada, capazes de evoluir olhando com honestidade para nós mesmos e incapazes de esperar do outro aquilo que ele jamais será capaz de nos dar: a nossa própria vida.

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