domingo, março 07, 2010

Eu sou uma MULHER

Já começo a ler no twitter manifestações pelo dia da mulher que se aproxima. Então decidi fazer uma confissão: estou me transformando numa mulher. Tenho vergonha de falar isso, porque acho esse movimento tardio, mas, como sempre que grito escuto eco, resolvi blogar. Meu perfil está certo: tenho 42 anos, sou mãe de 3 filhos e dizer que estou começando a me sentir uma mulher pode parecer piada. Mas não é. Durante muito tempo, vaguei entre infância e adolescência e não me sentia nem um pouco crescida, apesar da vida de gente grande e dos filhos homens. Há poucos meses, comecei a me enquadrar nesse papel e, por isso, esse dia da mulher – 8 de março de 2010 – está me chamando tanta atenção.
Lembro de Alice no País das Maravilhas, mais atual do que nunca graças ao filme de Tim Burton, e penso que é exatamente assim que me sinto: crescendo e encolhendo, andando por vias que ainda não experimentei. Às vezes, determinada; outras, sem rumo; mas, finalmente, uma mulher. Percebo, como nunca percebi, meu corpo, minhas emoções, minhas catástrofes hormonais. Mas não é só a mim que atento; olho, também, para outras tantas mulheres que fazem e fizeram parte da minha vida, de muitas e diferentes formas. E, na verdade, esse olhar foi o que me permitiu enxergar a mim mesma como mulher, deixando de me ver como o reflexo de olhares alheios.
Agora, consigo olhar melhor pra dentro de mim mesma e o que vejo não me assusta. Me reconheço, em cada canto de mim. Às vezes, me perco como Alice. E aí pergunto. Falo com as pessoas, com os animais e com tudo e todos com que cruzo. Semana passada, falei com uma pedra. E ela respondeu!
Ajustando aqui e ali vou seguindo pela estrada e compreendo melhor o papel das pessoas que encontro e que me acompanham por trechos do caminho. Quando me reconheço, aprendo a reconhecer o outro. Quando me respeito, também a respeito o outro. Quando me amo, consigo amar o outro. Quando me vejo, vejo verdadeiramente o outro. Estou caminhando, entre erros e acertos. Esforço-me para não me julgar, embora desejasse ter feito todo esse movimento mais cedo. Fazer o que se todos temos um ritmo diferente? Aí está, pra mim, um grande exercício: aceitar esse tempo e usufruir de cada passo da jornada, que não se esgota. Feliz dia para todas nós que somos e buscamos ser mulheres!
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Um comentário:

Patrícia Gonçalves disse...

Acho que este processo de reconhecimento é comum em nossa idade. A sabedoria vinda com o amadurecimento fruto de nossas buscas. Mas, a segurança deste saber é conquistada aos poucos, abrimos a porta devagarinho, espreitando o novo ser que se apresenta, buscando ainda no reflexo os traços da menina. Como todo parto é mágico, é vida nova que se apresenta! Parabéns, amo vc também!
bjs

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