domingo, dezembro 19, 2010

A felicidade de compartilhar

Bull, um grande irmão que, junto com Bill, zela por
essa maravilhosa "aldeia"
Tem gente que diz que falo demais. Pode ser. Sou meio excessiva mesmo, vou fundo no que gosto: livros, trabalho, estudo, lazer, comida... Há sempre uma bola da vez para os meus excessos e uma contínua busca pelo equilíbrio, o caminho do meio. Mas há limites para compartilhar, abraçar, amar, sorrir? Acho que não. Por isso não me canso de dar e receber isso tudo, com o adendo de que cada troca me deixa com uma nova lição, um novo aprendizado.
Na Aldeia do Sol, um sítio voltado para vivências, cerimônias e práticas xamânicas, as trocas (e, consequentemente, os aprendizados) se dão em ritmo acelerado. É um “intensivão” evolutivo. Desde a minha primeira tenda do suor, há cerca de quatro anos, elegi esse lugar para recarregar as baterias e celebrar a vida. Cada vivência me traz muitas surpresas, novos aprendizados e, invariavelmente, retorno com o coração abastecido de amor. Nesse caso, acho que o excesso não faz mal nenhum.
Dessa vez, confesso que senti o coração apertar a caminho de casa. Sabia dos bons combates que me aguardavam e o desejo era ficar, cercada de amor, amigos, paz, canto dos pássaros, lua cheia, fogueira, boa comida, rezas e tambores. Imediatamente lembrei da passagem da bíblia em que, antes da crucificação, durante as últimas horas de liberdade de Jesus, um apóstolo pede para que fiquem acampados no monte, na tentativa de estender os sentimentos de segurança e paz. Lá estava eu querendo a mesma coisa, temendo perder a plenitude que tinha experimentado.
Cheguei em casa e abraçar meu filho mais novo já dissipou o aperto no coração. Havia muito amor para partilhar e senti toda a boa energia que recebi na aldeia tomar conta de mim novamente. Depois, liguei o computador para baixar as fotos e me conectei com alguns amigos de quem me despedira há algumas horas. E aquela energia foi ganhando mais força. Há sentimentos que aumentam quando repartidos, contrariando todas as lógicas. Então, digo mesmo, pra quem quiser ouvir, que estou feliz, conheço um lugar mágico e tenho amigos que me amam muito.
Me dei conta de que a maior mágica da aldeia somos nós, que, regularmente ou não, circulamos por lá! Não teria como contar, por exemplo, quantas horas de abraços (dados e recebidos) experimentei neste fim de semana. Nem quantas vezes senti meu coração vibrar em diferentes direções. Muito menos o poder dos insights que me economizarão muitas sessões de terapia. Aliás, me dei conta de uma coisa muito mais óbvia: de que sempre precisamos aprender (ou reaprender) algo muito simples, posto bem à vista, mas ignorado pela mente racional e “inteligente”. “O essencial é invisível aos olhos”, dizia o Pequeno Príncipe, e eu ainda me esqueço e caio na armadilha de acreditar que eles é que vão me conduzir ao conhecimento.
* Mais sobre o mesmo:
Nem dá tempo de comemorar a vitória - sobre uma vivência com um índio lakota, em maio/2010
Tenda do Suor - Uma breve explicação e alguns links

3 comentários:

Anônimo disse...

Lindo!! Simplesmente lindo!


Dirlene!

Anônimo disse...

Querida Mônica,

faço suas palavras, as minhas.
Também senti muita vontade de ficar por lá, mas ao chegar em casa, quando olhei as fotos, me conectei novamente e lembrei de cada sentimento vivido.
Obrigada por sua presença, pelos momentos e abraços cheios de amor.

Beijos,
Paula

Anônimo disse...

Lindo Monica. Condcordo plenamente com você: a Aldeia é um lugar mágico e todas as pessoas que conheço lá são especiais, independente de nos vermos regularmente ou não. AHOO!!!
Cristina Tavares - sua companheira de quarto nesta última "Aldeia" do ano.

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