domingo, outubro 18, 2009

"Blogar é ouvir a si mesmo"

Esse exercício de escrever e blogar é um dos meus maiores prazeres atuais. Mas não é só isso, tem funcionado como uma terapia, revelando partes desconhecidas de mim. O processo não é fácil, porque, se há momentos em que me alegro por simplesmente existir, há outros em que a dor de viver é tão grande que nem sei como suportar. Mas, quero me explicar bem aqui: esse não é um movimento propiciado pelo blog, mas um modus vivendi.
Os conflitos entre o “ser ou não ser” me acompanham desde a infância. É o meu “jeitinho”. A diferença é que, agora, com essa história de blog, eu me permito registrar os meus diálogos internos. E mais, mesmo correndo o risco de as minhas palavras não interessarem a ninguém, ouso e desejo compartilhar. Tenho amigos queridos – do mundo real e do mundo virtual – que fazem o mesmo. E quando leio seus posts - alguns me deliciam -, vejo que não é fácil conquistar leitores ou suscitar comentários.
Mas números não são tudo. Um amigo postou no twitter que “é bom ter público, mas o melhor em blogar é poder ouvir a si mesmo”.  É verdade. Tenho tido umas dores de alma. Se é que se pode chamar de dor essa existência revelada, essa perda da proteção da pele curtida, que nos torna muito sensíveis a tudo o que existe na vida. Hoje, cheguei ao ponto de fechar um livro, porque a emoção não cabia em mim. Não era tristeza. Era um transbordar em forma de choro convulsivo, que me deixa sem saber o que fazer. Não sei se saio correndo ou se fico. Das duas formas, sinto isso que nem sei se é dor.
Ás vezes, também me sinto só. Quisera pode falar na rua, pra qualquer amigo, que a minha existência está dolorida hoje e ser perfeitamente alcançada. Não, não seria. E falo por experiência. Poderia dizer que estou à flor da pele, um termo mais banalizado nas músicas e poesias que eu acho que deve traduzir o mesmo sentimento. Mas já experimentei: não deu muito certo. Mas escrever tem dado certo. Até a amenizar esse sentimento de solidão, o ato de blogar tem me ajudado. Algumas vezes, nas ondas da rede, alguém me alcança e aí ocorre, numa troca profícua e gostosa, o que alguém já chamou de “uma pequena epifania”.
Nesses encontros, me percebo singular e comum e me conforto, no eco que escuto do outro. Quando consigo expressar o que não entendo, começo a compreender alguma coisa. E quando consigo traduzir, a ponto de ecoar em alguém, a emoção que me assusta e me faz rir, estou vivendo uma vida mais plena e caminhando lentamente na direção de mim. Se ninguém entende ou atende, apuro os ouvidos e escuto a mim mesma!

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