domingo, janeiro 09, 2011

Era um biquini de lacinho, tão pequenininho...

Acabo de ver a foto de uma amiga no Facebook, onde ela, linda, refere-se a si mesma como uma baleia. Não exagero no adjetivo: ela malha todos os dias, pega muito sol, tem abdome e pernas definidas em muitas aulas de local, mas considera-se UMA BALEIA. Tudo bem, cada um sabe onde seu calo aperta, mas no outro extremo, está uma outra amiga que não tem corpo escultural, não malha e nem está dentro dos padrões da boa forma carioca, que diz pra mim: “me acho linda”. Ela chega ao ponto de desfilar pra mim com suas roupas justas, dizendo: “olha como estou gostosa”. Pode ser difícil de acreditar, mas a verdade é que a amiga sarada quase nunca está com namorado, enquanto a outra sempre está com alguém, geralmente homens mais novos e apaixonados.
Eu, que não estou num pólo nem no outro, me ponho a pensar diante desses contrastes. Fico em cima no muro, o que não significa ainda o caminho do meio (do equilíbrio e do bom senso). Às vezes, penso em largar de mão minha tentativas tímidas de melhorar a forma física e investir mais naquilo que certamente levarei pra sempre: o equilíbrio do espírito. Outras, penso em seguir os conselhos dos filhos, atletas e muito exigentes, e voltar (sim, porque já fui marombeira) a malhar pesado; quem sabe aderir ao silicone, opção de mais de 80% das minhas amigas; ou, talvez, uma lipo...
A bem da verdade, olho-me no espelho e nem enxergo a “baleia” a que meus filhos se referem; assim como olho a foto da minha amiga no Facebook e acho que está muito bem. Ando em busca de outros atributos, sem desprezar os benefícios saudáveis da atividade física. Mas confesso que tamanha pressão me deixa confusa. Marco e desmarco consultas com cirurgiões plásticos, faço dieta até me dar conta de que adoro tomar chopp com os amigos e comer eventualmente um bolo de chocolate tem o seu valor.
Por conta desse conflito, adiei a estreia do biquini novo até este fim de semana. Como não fiquei com o corpo que eu própria esperava, resolvi estreear o tradicional biquini de lacinho como estou: com alguns quilos acima do peso. Os filhos olharam de cima abaixo. Um pediu uma lipo urgente, o outro emendou com a sugestão do silicone e eu respondi: claro que posso melhorar, mas não me pressionem. Queria estar com abdome mais enxuto, os músculos mais rijos, mas estou feliz e é o que importa. O resto, continuo tentando obter, afinal não se pode ter tudo.
Confesso um pouco de preguiça para me dedicar com mais intensidade aos exercícios físicos, mas há também uma questão de prioridades. Em 2010, optei pela meditação, pelo estudo e me dediquei mais ao trabalho. Vi mais filmes, li muito e passei bastante tempo com amigos. Só que essas escolhas, não me livram da pressão que a grande valorização da estética feminina ainda exerce sobre mim. Essa falta de imunidade deve ser culpa da proximidade da praia e dos benditos biquinis de lacinhos. Eu sigo no conflito. Talvez bote um silicone, talvez não. Talvez invista num novo tratamento estético, talvez não. Por hoje, fico comigo, do jeito que sou nesse exato momento, com minhas tensões e alegrias. Assenhorear-me de mim é o primeiro passo para fazer escolhas, ainda que elas mudem a cada dia.
PS: Gostaria de ilustrar esse post com o meu biquini novo de lacinho, mas ainda não me assenhoreei de mim a este ponto. Infelizmente.

3 comentários:

J.L.Tejo disse...

Mônica, você deu o tom correto: o do equilíbrio, do meio-termo.

Se por um lado acho que o culto extremo da aparência é um desvio (e até reflexo da sociedade capitalista), por outro o desleixo é falta de saúde, de amor-próprio. Temos que encontrar o equilíbrio.

Aliás, eu também, que já passei da barreira dos 30, tenho cultivado uma indesejável barriga de chope, rs. Vou aproveitar esse novo ano para correr atrás do prejuízo...

Mônica Alvarenga disse...

Olá amigo! Boa sorte com sua busca: "correr" atrás do prejuízo - literalmente - ajuda muito! Equilíbrio é sempre o meu desafio, mas há outros q tenho (temos?) q enfrentar nesse caminho: perserverança e disciplina. Um abraço.

Silvio Freire disse...

Cuidar do corpo como do espírito...

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