sexta-feira, janeiro 21, 2011

Além do virtual

As redes sociais mudaram minha vida e, provavelmente, a sua também. Sem dúvida, as ferramentas digitais ampliaram muito as possibilidades de conhecer novas pessoas, manter contato com velhos amigos, discutir ideias e mobilizar em torno de uma causa. Cheguei ao ponto de achar que isso bastava. Afinal, há momentos em que sequer temos tempo de dar conta de toda essa rede. Para isso, há meios rápidos de dizer para nossos amigos que nos lembramos deles. Tudo pode ser resolvido com um clique. No Facebook, é só clicar em Like (Gosto) e, no Twitter, dar um RT. Dessa forma simples, dizemos “olá, estou aqui”. E isso é bom. Mas há muito mais nos relacionamentos humanos.
Se por um lado, as redes sociais atendem às nossas agendas cheias, ampliam nossa capacidade de contato, por outro, nos limitam à superfície das relações. Sem lembretes constantes, corremos o risco de esquecer que nada substitui o olhar que entrega a alma, o tom da voz que expressa muito mais do que as palavras proferidas, os gestos que fazem conhecer as intenções, o aperto de mão que revela a personalidade, o abraço que acolhe, o diálogo que aprofunda relações. Aliás, aprofundar é a palavra-chave diante da superficialidade a que, às vezes, nos restringimos.
O momento atual é de integrar: todas as vertentes contêm benefícios e possibilidades de aprendizados, mas nunca é demais lembrar que a vida está além da superfície. Ela se esconde (ou se mostra) na profundidade das relações com o outro e conosco mesmo. Sei que é possível conduzir relações com msn, skipe e todas as demais ferramentas e redes sociais. Gosto e me utilizo de tudo isso. Mas fico sempre com a impressão de que tanto avanço tecnológico ainda não dá conta de substituir olhares e abraços!

Um comentário:

Silvio Freire disse...

Quando consideramos que muitas pessoas queridas, mesmo morando na mesma cidade, são tão difíceis de encontrar quanto aquelas também muito queridas que se encontram às vezes a 1500 km, é que podemos dar o devido valor às redes sociais, que com seus teclados, microfones e câmeras encurtam as distâncias reais e virtuais e nos fornecem a foto do sobrinho recémnascido, o novo look da amiga ou timbre querido dos velhos conhecidos, entre outras coisas. Se a isso somarmos, de tempos em tempos, um encontro pessoal, teremos em média muito mais do que tínhamos há duas décadas ou menos. Sei que média é sempre burra, mas a possibilidade de nos relacionarmos com muito mais pessoas ao mesmo tempo, mesmo que com intensidade (em média) menor, mais a possibilidade de nos encontrarmos pessoalmente com os sumidos e distantes, com a mesma intensidade de sempre, na somatória seremos compensados e recompensados.
E será que os antigos olhares e abraços não continuam os mesmos, acrescidos das novas pessoas?
Fico esperando o seu próximo abraço, que sem o twitter não existiria.

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