domingo, setembro 25, 2011

Filme, pizza, pipoca e filho com muito amor!

Eu e eles!
Tive uma noite maravilhosa ontem com meu filho de 14 anos. Não estava planejado, mas um dos irmãos ficou com o pai; o outro, em casa de amigos; e eu, acostumada a vê-los sair com o pai no sábado à noite, já tinha feito outros arranjos. Fiquei surpresa quando o pai ligou e o filho, meio desanimado, falou que nós dois íamos pedir pizza para comer em casa! Surpresa e feliz, confesso! Seria um programa diferente, depois de uma tarde em que alugamos um filme e compramos bobagens para comer na sala de TV, recebemos avós e tio para ver o jogo do Flamengo e lanchar.
Escolhemos a pizza, fizemos o pedido, e vimos o filme embrulhados na manta do sofá da sala. Depois assistimos um pouco de programa humorístico.
Na hora de ir para cama, me dei conta de quão raros são esses momentos. Sou a única mulher nesse universo masculino que é a minha casa e o pai é muito presente, tomando para si a maior parte das funções de lazer, jogos e esportes. Afinal, as preferências deles são muito mais afins. Nenhum deles tem paciência para ir ao shopping comigo ou curte os programas culturais que eu adoro. Não gostam dos meus livros e detestam comida light e natureba. Mas ontem, antes de dormir, me dei conta de que é possível fazer pontes. E boas pontes!
Sou tarefeira, como muitas outras mulheres, e cuidando das incumbências do dia a dia, como compras, casa, trabalho, saúde dos filhos, contas a pagar e mais uma lista sem fim, acabo deixando de lado o que é mais relevante. Na tarde com ele, havia um tempo pra mim, mas não havia a preocupação com as tarefas que não poderiam ser realizadas naquele momento. Éramos nós e nossas questões e as pessoas que recebemos. E isso era suficiente porque havia amor em tudo o que estávamos fazendo.
A descoberta, claro, faz parte dessa nova composição familiar de pais separados, onde pai e mãe têm que achar um novo posicionamento, em um novo estilo de vida. Há conflitos, algumas desvantagens, mas o grande ganho é poder ser exatamente quem se é! É um processo, como tudo o mais, mas ontem pude me ver mais como a mãe que sou. Colocar o melhor de si onde quer que estejamos é sempre um bom começo para qualquer tipo de realização.
Tantas reflexões me fizeram recordar o nascimento dos meninos. Nunca admiti que eles tomassem mamadeiras, porque sempre achei que uma mãe pode, se quiser, amamentar seus filhos. Mas estou longe de ser uma exímia produtora de leite e para conseguir o meu intento, tinha que ter uma dedicação quase exclusiva. Então, a hora de amamentar, que acontecia a qualquer hora do dia, era sagrada. Deixava de lado as preocupações, o trabalho, os aborrecimentos e ficava ali, por conta daquele ser que se nutria de mim. Chegava ao ponto de atender a um telefonema com problemas de trabalho e, ao desligar, esquecer tudo e sorrir para me conectar ao que era mais relevante naquele momento. E tenho testemunhas...
O meu foco voltava-se para o filho no peito, não importava o que estivesse acontecendo ao meu redor. Acho que isso tem a ver com criar pontes. É tudo uma questão de onde se quer estar, com quem e porque. E o melhor é perceber que sempre tenho escolha e que, não importa o que tenha se passado, há material abundante dentro de mim para reestabelecer laços, pontes ou o que quer que se chamem os vínculos de amor, com meus filhos ou com quem mais eu escolher.


* No próximo post, escreverei sobre a integração dos aprendizados masculino e feminino. A experiência que descrevo aqui, originou-se do comentário de um homem, o que foi, pra mim, uma grata surpresa!

2 comentários:

Marcia Pereira disse...

Bacana, Moniquinha! Me revi na sua experiência. E como o texto está bem escrito!!! A sagacidade nas crônica é, efetivamente, coisa de profissional.
Parabéns,
Marcia

Mônica Alvarenga disse...

Que bom que gostou! Nossa experiencias são sempre semelhantes! Tenho uma vontade enorme de reunir esses textos em um livro ou algo semelhante! bjs com carinho.

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