segunda-feira, abril 25, 2011

E o sapo virou príncipe!

Charmoso morador da Aldeia do Sol
Bastou um beijo para que o homem, que ela consideraria, a princípio, sem encantos, virasse um príncipe. É muito mais fácil do que se pensa. Especialmente, porque se conta com a ajuda de um contexto sócio-cultural que ensina às meninas a comportarem-se como princesas, brincarem de casinhas e vestirem rosa choque.
Minha sobrinha de 8 anos, com toda a modernidade, ainda faz tudo isso e sonha ser a Yasmim. Será que alguma coleguinha dela não teve festa de princesas? Sim, porque elas são tantas que foram reunidas em um grande tema central pela indústria das festas infantis. Então temos um evento, com muitas princesas lindas e muitos príncipes igualmente maravilhosos.
Nada contra. Adoro princesas, já me emocionei com Ariel, sonhei com um passeio no tapete de Aladim e desejei abrir a porta para o portador de um pé de sapato que me falta. Só me pergunto quanta frustração esses sonhos já não acarretaram para aquelas que descobrem que seus príncipes não passam de sapos.
E é tão fácil fabricá-los. Com tantos elementos no imaginário, basta um beijo, como na história, para que ele se transforme aos nossos olhos. Se posso criar minha realidade, posso criar príncipes, certo? Errado, penso eu! Podemos criar, transformar, promover tudo que nos cerca, a partir das nossas ações, mas não podemos criar o outro de acordo com nossos desejos. Cada um é um, e um sapo, provavelmente, sempre será um sapo. Ainda que o seu beijo desperte a imaginação, haverá o momento em que ele será o que sempre foi: um sapo. E o que se tem contra os sapos? Já ouvi dizer que eles têm o seu charme!
A indústria dos mitos têm contribuído com a nova geração – e conosco também – com a produção de novos símbolos. É sinal de que tem mais gente pensando em equilibrar essa balança, dando a sapos e príncipes pesos iguais, contanto que genuínos. Dando à mocinha o direito de escolher entre um e outro e de ser feliz ao lado de um ogro, como Shrek, sem ter que passar a vida buscando príncipes idealizados!

6 comentários:

Andrea Mentor - Sposare disse...

taaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao dificil... taaaaaaaaaaaaaaaaao chororo...

Li Balbinno disse...

Eu beijei um sapo achando que era príncipe!
Caí na real total! Depois de 25 anos vi que nem sapo era! É uma rã tão sem graça...
Também não sou princesa e tenho medo de sapo!
Ainda bem que a gente sabe viver não só de fantasia.
Como sempre, tudo que vc escreve é muito bom!
Bjs!

carol do valle disse...

Preciso concordar. Passamos de uma geração que negava as princesas buscando serem principes para esta geração que vc descreve. Enfim apesar de todo o bombardeamento da industria para que o consumo seja maior, acredito que teremos uma geração de mulheres que não precisarão negar seu lado princesa para e serem aceitas no mundo dos sapos/principes. Ainda mais em tempos que plebeias reais casam com pricipes reais
Carol

Mônica Alvarenga disse...

Meninas, fico, sinceramente preocupada com o que esse casamento provocará no imaginário coletivo. Mais mocinhas sonhando com príncipes, mais frustrações... Bjs

Unknown disse...

No dia do meu aniversário, no último dia 30, depois de ter me decepcionado mais uma vez (não por acreditar em príncipes, mas por cansar de beijar sapos), escrevi mais ou menos uma coisa parecida.

Temos que ou aceitar os sapos que encontraremos pelo caminho ou casar de vez com a solidão e parar de ficar sonhando com contos de fadas, porque príncipes encantados não existem.

Olha o que eu escrevi sobre isso: http://www.femininaplural.com/2011/05/principe-que-nada-sapos-isso-sim-e.html

Eliana disse...

Realmente,sapo será sempre sapo, só temos é que cair na real e sabermos enxergá-los como tal, amando-o ou deixando-o, não querendo transformá-lo.

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