sábado, março 19, 2011

Sexo santo

Fiquei assustada com a matéria que li em O Globo, intitulada Namoro Santo, que trata de um movimento (será isso mesmo?) que estimula as pessoas a deixarem o sexo para depois do casamento em prol de relações mais felizes e estáveis. Há o caso do rapaz que não beija a namorada na boca para “não esquentar em baixo”, da profissional liberal de 29 anos que mantém sua virgindade como um troféu e da ex-atriz que, há oito anos sem namorar, diz que só vai ter vida sexual novamente após um novo casamento.
Fui criada para casar virgem, em uma família católica que ensinou-me a ver o sexo como tabu: fora do casamento, uma transa era considerada pecado. Percorri um longo caminho para ficar de bem com a minha sexualidade. E ainda não coloquei ponto final nessa história porque acho que o caminho do corpo, assim como o do espírito, é contínuo. A conquista do respeito ao próprio corpo passa pelo respeito ao corpo do outro, e o conhecimento de si mesmo permite maior conhecimento do corpo físico. E, pelo pouco que sei, essa jornada acompanha toda a existência, desde a primeira percepção que adquirimos de nós mesmos, ainda na primeira infância.
Por isso fico assustada com os extremos, tanto daqueles que optam por banalizar o sexo quanto dos que tentam enquadrá-lo em padrões rígidos. Respeito todas as opiniões, sei o que desejo pra mim, mas lamento que uma das maiores fontes de prazer, realização e equilíbrio para nós, humanos, ainda seja tratado como tabu. Pergunto-me se um movimento pelo sexo santo, não traria mais resultados à humanidade. Imagino quanta energia densa seria dissolvida se mais pessoas fizessem do sexo um meio para relações mais plenas consigo e com o outro, valendo-se desse maravilhoso recurso para enriquecimento do processo evolutivo que todos nós, independente de escolhas e crenças, temos a cumprir na Terra.

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