quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Joelhos tremendo de raiva ou de que?

Senti os joelhos tremerem e achei que fosse pelo nervosismo de, pela primeira vez, falar em público, ainda que para um grupo de menos de 10 pessoas, sobre a vivência Diário do Futuro, trabalho novo voltado para indivíduos que desenvolvi com um amigo. Descobri, depois, que estava enganada. “No palco, os sentimentos ficam exacerbados”, disse uma amiga, completando: “pode ser que você tenha se incomodado com o colega do grupo que acabou de sair, depois de um discurso longo, sem escutar o que os demais tinham a dizer”. Bingo! Ela estava certa. Meus joelhos tremiam de raiva e não de insegurança ou medo. A atitude do moço havia me incomodado muito, de fato.
Já senti os joelhos tremerem inúmeras vezes, mas quantas delas consigo relacionar os efeitos sentidos no meu corpo à verdadeira causa? Poucas, talvez. Na maioria das vezes, encarar sentimentos exige coragem e o abandono das máscaras sociais a que nos atamos tão fortemente. A minha experiência com esse grupo deu-me o que pensar, afinal, havia passado o dia tentando dar conta de um desânimo que pode estar muito além do ponto onde o encontrei.
Está certo que sentimentos existem para serem vividos e que, em muitos casos, o melhor é largar de mão causas e efeitos e simplesmente viver. Mas sinto que a cada vez que dou conta de algum deles aprendo mais sobre a vida e sobre mim mesma. Fica mais fácil lidar com os próximos que surgem de todo lado e nas mais impensáveis ocasiões. Não tem jeito: quanto mais preparados, mais tranquilos seguimos pela vida.
Essa preparação passa pelo reconhecimento daquilo nos causa as palpitações, o excesso ou a falta de sono, o tremor nos joelhos, a enxaqueca e tantos outros sintomas. O corpo fala e, se a gente não entende, ele grita. Mesmo sabendo que não se pode explicar tudo e que algumas questões são tão profundas que podemos levar uma vida para desembaraçá-las, ainda assim é preciso escutar a voz do corpo. Ele parece agradecer quando entendo o que está dizendo e respeito a sua expressão.
Por isso, acabei dando um desconto enorme para o tremor no joelho e a irritação com o amigo... Tudo era verdadeiro, mas, na verdade, meu corpo também alertava que os hormônios começavam sua dança mensal!

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