sábado, novembro 27, 2010

O silêncio pode ser um caminho em meio ao caos!

A experiência de ser carioca, hoje, tem me provocado reflexões sobre o meu papel diante das transformações por que o mundo grita. Escrevi um artigo sobre isso e penso que o silêncio, em meio a tantos gritos de guerra, pode nos ajudar a encontrar um caminho para a paz. Tenho percebido o quão difícil é ser ouvido, na sociedade em que vivemos e lembrei de uma história de índios (pra variar):
Ouvidos de ouvir

Uma reunião com índios americanos revela um ensinamento importante e urgente.
Agrupados os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Todos calados à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.
Esses pensamentos são estranhos aos demais. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se alguém falar logo a seguir, são duas as possibilidades que se pode pensar. Primeira: quem falou está dizendo: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua fala. Segunda: Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou. Em ambos os casos, está desrespeitando o outro. O que é pior do que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz silêncio dentro, começa-se a ouvir coisas que não se ouvia.

5 comentários:

Eliane disse...

Boa tarde querida! Ótimo texto!
Que a paz esteja contigo! Entendi perfeitamente o que quis dizer. O mais difícil de tudo é fazer o silêncio interno, é calar a nossa mente!
Quem faz meditação e yoga, como eu, entende o que estou falando. É preciso saber ouvir mais o outro, e calar mais também. Ouvir de verdade! Quem sabe assim, com mais compreensão e respeito pelo outro, ainda não cosigamos viver em um mundo melhor?
Beijos amiga e tudo de bom pra você!
Eliane (www.corearte.com)

Profº Luciano Pacheco MSc. Coach disse...

Karl Weick, um teórico organizacional americano, capta a essência de uma boa briga: " brigue como se estivesse certo, escute como se tivesse errado".
Boa dica de humildade.

Fábio Betti disse...

Exercício duro, mas essencial para criarmos relacionamentos mais verdadeiros e amorosos. No começo, precisamos estar atentos em ouvir de onde o outro está falando, pesquisando sem julgamentos o que ele diz, para tentar identificar a partir de qual lugar o que ele diz faz sentido para ele. Com o tempo, vamos aprendendo que essa escuta não requer esforço, é fruto de nossa intenção genuína de nos unirmos ao outro. Como disse certa vez Walt Whitman, "estamos juntos, esqueci o resto".

Mônica Alvarenga disse...

Amigos queridos, estamos sempre a aprender na escola da vida. Mas o bom é que quando começamos a nossa própria transformação, transformamos, também, a vida ao nosso redor! Quando aprendemos a amar o outro, do jeito que ele é, reforçamos a "corrente de bem" do mundo. E, como diz o Fabio, escutar o outro (pra mim, um gesto de amor) requer prática. "Estamos juntos"! Beijos

Hélia Barbosa disse...

Olá, querida!!

Muito bom mesmo o seu texto!!

Fico pensando que ouvir deveria ser muito mais fácil no mundo atual... porque ficamos passivos diante de uma TV, de um computador... sempre lendo, acompanhando, assistindo atentos...

Mas a verdade é que, quando alguém fala, a maioria não ouve...

Esse exercício de ouvir de verdade o outro é essencial... E, se ainda não conseguimos fazer, é uma questão de nos educarmos para isso...

Beijos!!

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