domingo, novembro 21, 2010

Acampando com filhos

Não sou modelo de nada, muito menos de maternidade. Erro muito, acerto um pouco, mas sempre tenho a certeza de que estou dando o melhor de mim e de que estou aprendendo alguma coisa com essa experiência. Meus três meninos têm um pai muito presente e, logo que começaram a crescer, descobriram muito mais afinidades com ele do que comigo. Agora, que todos são adolescentes, contabilizo as interseções que mantenho com eles: poucas, mas intensas. Consigo ver filme no dvd de casa, com pipoca; jogar Rummikub, Uno e Combate; cantar no videoke; e, recentemente, resgatei o “acampar”. Para dizer o que isso representa em nossas vidas, tenho que contar uma história.
Desde a adolescência, tenho uma paixão, que nem eu própria entendo, por campings, mas não consegui a adesão do pai dos meninos. Então, assim que o caçula começou a andar, comprei uma barraca, atualizei meu título do CCB e resolvi acampar com os três. Nossos acampamentos aconteciam pelo menos duas vezes por ano, com a preciosa ajuda da babá. Temos lembranças inesquecíveis. Acampados, fizemos amigos; aprendemos a velejar; e conhecemos lugares novos e encantadores. Só que os meninos cresceram, a babá deixou de acompanhá-los, começaram os treinos esportivos, e acampar foi ficando mais difícil, já que os momentos de folga eram escassos.
Este ano, resolvi retomar a diversão. Comprei uma barraca bem simples de montar e desmontar, pensando em reduzir o trabalho de todos e aguardei uma oportunidade para estrear. Consegui convencer a dois filhos e aos meus pais de me acompanhar na aventura no feriado de 15 de novembro. Escolhi um camping no estado do Rio (Teresópolis) e com boa infraestrutura, mas as coisas não saíram bem como planejei. A chuva foi constante, e o frio, bem maior que o esperado, mas o saldo final foi positivo.
A simplicidade da barraca desapareceu diante do pedido dos meninos de levar todos os apetrechos que acumulamos ao longo dos anos: geladeira, fogão, panelas, pratos, talheres, mesas, cadeiras, tenda e lonas, entre outras parefernálias. A pedido deles, comprei os clássicos pacotes de macarrão instantâneo e arrumei o carro com toda a tralha. E aí começou minha grande surpresa. Descobri o quanto meus filhos tinham crescido, ajudando a mim e aos avós; assumindo, por vezes, papéis de protagonistas, usando a força - já de homens - para levantar coisas pesadas, apertar e afrouxar cordas, entre outras atividades comuns a acampamentos.
Dormimos juntos, curtimos frio e jogamos muito Uno. Ele curtiram os avós que inventavam brincadeiras e passatempos para quando a chuva apertava. Apesar de vivermos em contato estreito com a natureza, eles chamaram a minha atenção para o joão-de-barro que passeava por nossa barraca, para o céu, para o pôr do sol. Tivemos nossas brigas também, perdi meu Blackberry correndo de loja em loja para procurar um fusível para um aparelho nosso que quebrou, mas, na volta, já estávamos combinando o próximo, com menos tralhas, mas com o mesmo propósito de ficarmos juntos e vivermos experiências diferentes.
** Fico devendo fotos, que estavam no Blackberry perdido.

2 comentários:

Silvio Freire disse...

No meu Painel de Sonhos, um motorhome.

cybelemeyer disse...

Mônica, que relato maravilhoso!

Como nos surpreendemos com ações aparentemente simples e sem maiores propósitos. Imagino o quanto esta experiência deva ter significado para seus filhos, para seus pais e para você.
Parabéns por insistir nos seus sonhos.
Parabéns pelo exemplo!
bjs

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