domingo, maio 08, 2011

Mãe Geminiana

Minha homenagem às mães de todos os tipos
Nasci pra ser mãe. Antes de qualquer outra função. Gestação me intriga desde que me entendo por gente. Mas também o que se poderia esperar da menina que tinha a maior casinha de bonecas do bairro? Cresci entre panelas, xícaras e bonecas, muitas bonecas. Trocava fraldas, vestia-as com as roupinhas que tinha usado quando bebê, usava mantas e cueiros e dava mamadeiras. Sempre assistida por minha mãe, que fazia questão de comprar presentes para minhas filhas me darem. Não esqueço o dia em que ganhei uma linda panela de pressão (do tamanho de uma xícara, claro!).
Cresci um pouquinho, mas continuei a brincar de bonecas. Descobri as de porcelana em uma temporada no exterior e me encantei. Ainda tenho minha primeira boneca de porcelana, que ganhei aos 18 anos, e batizei de Ana Carolina. “Será o nome da minha filha”, dizia. Tive a fase de esculpir e desenhar mulheres gestantes. Achava – como ainda acho – a gravidez um grande milagre. Não veio a Ana Carolina, e sim três meninos. E, mesmo tendo a certeza de que nasci pra maternidade, me constituí como mãe sobre milhares de paradoxos, tal como em outras áreas da minha vida.
Sempre fui do tipo que escolhia a babá antes de saber o nome do filho, brigava com o marido mas jamais com a babá, mas nunca abri mão das minhas madrugadas com os bebês, quando cuidava das cólicas e dos choros de razão desconhecida. Em festas de criança, muitas vezes preferia o papo com os pais dos coleguinhas às brincadeiras infantis, mas nunca me passou pela cabeça ter menos de dois filhos. Adotava as papinhas industrializadas sem pudor, mas fazia questão da amamentação exclusiva até os seis meses: encho a boca para dizer que meus filhos nunca tomaram mamadeira. Me esquivo da culpa, dizendo que faço o melhor que posso, mas me torturo com a alergia dos meninos; no fundo, acredito que a alergia mistura-se tanto a fatores emocionais que me sinto culpada nas crises de asma ou rinite doa garotos.
No meio dessa dança de opostos, me pego, às vezes, sonhando escondida (até de mim mesma) com mais um bebê. Pura maluquice, que estou tentando curar, e esse seria o pior dos paradoxos, não fosse o fato de acabar de me dar conta de que não tenho dedicado tantas horas do meu dia àquela que me parece ser uma de minhas funções primordiais. Mais um no meio de tantos outro com que convivo! Vida de mãe geminiana!

4 comentários:

Dagui disse...

Como sempre me identifiquei...
Menos o de querer mais um filho,vou esperar para curtir meus netos,rs
Beijos

Anônimo disse...

Me sinto gratificada por ter conseguido fazê-la feliz em muitos momentos de sua infância, quando eu brincava de casinha com você e colocava, no dia das mães, uma de suas "filhas" em sua cama, sentadinha, com um presente nos braços estendidos e dizia para você ir ao seu quarto. E fico lembrando das festas que fazíamos, em sua casinha, de batizado, aniversário etc com bolos feitos por você em seu forninho.......Te amo muito, desde que você se "instalou" na minha barriga e não saiu mais do meu coração. Sua mãe.

Silvio Freire disse...

Adorei o comentário da sua mãe. Taí o DNA. Mesmo estilo.
Ah! E minha próxima filha seria Ana Carolina, mas não aconteceu.

Mônica Alvarenga disse...

Dagui e Mãe, obrigada pelos comentários!
Sílvio, acredite se quiser, minha mãe "descobriu" o blog hoje... Está sendo engraçado ser lida por ela em momentos diferentes que ficaram registrados aqui. E essa da Ana Carolina, hein? rsrs Grande abraço!

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