terça-feira, outubro 01, 2013

Música para acordar!

Preciso descobrir que animal é esse que me acorda de madrugada com o seu som. Acho engraçado.
Pássaros do meu "quintal"
Vivendo numa Cidade como o Rio, poderia ser acordada por muitos barulhos: sirenes, caminhões, batidas de carros, tiros, música alta, gritos... Em vez de aborrecida, fico grata, por poder acordar com o som do que me parece um pássaro. Hoje, levanto-me. Vou aproveitar o momento para agradecer. Desde que comecei a escrever este blog, em 2009, tenho abraçado transformações profundas em minha jornada de vida. Se alguém me pedisse, há cinco anos, uma projeção do futuro, jamais descreveria-o como o meu presente. Sequer imaginaria-o.
Curiosamente, no momento em que experiências vividas passam por mim para encontrar seu lugar, liberando-me para viver o presente, volto-me para a minha ancestralidade. A vida é circular. Reconhecer a importância de cada pessoa que me antecedeu em minha árvore genealógica me dá uma dimensão maior de mim mesma. Sinto a força de pertencer a um grupo familiar e segurança para alçar voos mais altos: a qualquer momento posso voltar às raízes. E sempre volto.
Tenho vivido cada dia de minha jornada intensamente. Não desperdiço um. Nem que a escolha de um determinado dia seja perceber, reconhecer, acolher alguma resistência ao novo que se apresenta sempre, ao medo diante do desconhecido, à raiva oculta e outras tantas emoções que fazem parte da minha vida. Às vezes, vai-se o dia sem que dê conta daquela emoção. Durmo com ela. Não há jeito. Posso acordar e encontrá-la no mesmo lugar. Ou não. Há emoções que misteriosamente diluem-se na noite, enquanto durmo. Nada é perda de tempo porque tudo sou eu. E se volto ao ponto de onde saí, sinto gratidão, porque desse ponto descubro o quanto percorri. É como voltar pra casa, nesse caminho que faço dentro e fora de mim.
Eu não sabia que havia escolhido um período sabático. Podia tê-lo aproveitado melhor, tivesse eu dado-lhe este nome. Palavras mudam a vida. Agora sei disso. Chamei-o de período de transição e tomei-o para mim de forma mais dura do que precisava. Não vou dizer deveria. Porque, em se tratando de vida, “dever” não me parece o melhor verbo. Nem sempre dou conta, com meu corpo e minha emoção, do “dever”. Quando continuo achando que “devo”, o que posso me parece tão pouco. Fiz o melhor que pude ou o melhor que quis, e, se resisti quando poderia simplesmente deixar fluir e aproveitar, talvez tenha sido para experimentar outros sentimentos e colecionar maior diversidade deles. Todos ajudam imensamente no trabalho que conduzo hoje.

Agora, ao som das cigarras, que parecem ter substituído o misterioso e barulhento pássaro, agradeço. Só descobri meu sabático quando ele parece estar chegando ao final. Sinto-me iniciando uma nova fase, uma nova jornada. E me dou conta de que, de novo, não há nada de novo. De verdade, recomeço todos os dias. Pena que, em alguns dias, tão envolvida nos “deveres”, nem me dê conta das novidades que a vida me traz. Como não me dei conta do sabático. Por isso escolhi abrir os olhos e escrever. Não queria correr o risco de deixar essa sinfonia passar despercebida, tornar-se irrelevante. Estão todos acordados: amanheceu e, além das cigarras, outros tantos pássaros juntam-se à sinfonia. Agradeço, desperta, ao Universo generoso. A maior beleza de fazer o que posso é que as possibilidades são sempre infinitas e, a cada dia, posso descobrir novos “poderes”. Bom dia!

2 comentários:

Li Balbinno disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Li Balbinno disse...

Adorei!
A gente passa por coisas, tempos que precisam de um nome para fazer sentido. Nossa necessidade em explicar tudo com detalhes. Estamos juntas. Não sei o nome de tudo. Isso hoje, pouco me importa.
Beijos!

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