Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou.”
Eclesiastes 3:1-2

Heráclito mesmo dizia que a “a guerra é mãe e rainha de todas as coisas” e é nesse momento em que me encontro. Há uma “guerra” dentro de mim e tudo o que sei é que há algo a “tornar-se”, ou emergir em minha jornada. Também sei que o conflito cessará e dará lugar a algo íntegro, em unidade, ainda que a saiba passageira.
Preciso deixar ir e foram elas, mais uma vez, que me trouxeram sua medicina. Irmãs aladas, as borboletas, brindaram-me a com a medicina da transformação. São hábeis e conhecidas em processos de crescimento e evolução. Quem, senão elas, para lembrarem-me de que há etapas necessárias a todos os processos de transformação e de que as dificuldades podem ser transcendidas com leveza, naturalmente.
As borboletas rondaram-me por um dia inteiro, até que percebesse que este é um momento de voltar-me para mim mesma. “Encasular-me” um pouco. Sentir os movimentos do meu corpo, o ritmo da minha respiração, perceber as emoções que vêm e vão. Por ora, sou um pouco de tudo e, às vezes, só emoção. Mas recebo aqui e acolá esses cuidados do Universo. Paro agora. Aguardo um novo par de asas, alheia aos ventos e rumos que nos encontrarão. Apaziguo-me em mim.