Nascer do sol em Tongariki, Rapa Nui |
Parece engraçado, mas se há uma situação, qualquer que seja, que não consigo deixar para trás é porque ainda há vínculos, quaisquer que sejam, a ser desfeitos. Faria diferente se soubesse como e se não o faço é porque ainda preciso aprender algo com a situação que retenho. Também me pergunto porque não escolho abreviar meu tempo de aprendizado, já que poderia perceber mais rapidamente o processo a vivenciar e simplesmente seguir, com mais leveza. Mas e se a leveza, por si, ainda é uma lição a aprender?
Tudo é cíclico, e a minha vida não é diferente das demais. Percebo que o sofrimento pode ser ampliado, não pelo processo que ainda experimento, mas pela não-aceitação do meu próprio tempo de aprender. Julgo-me tanto e encho-me de expectativas a meu respeito, que deixo de me conceder o lenitivo do amor e da aceitação de mim. Amor não por quem eu pareço ou gostaria de ser, mas pelo conjunto do que sou no presente, em essência, com máscaras e sem elas, com resistências e aprendizados mais lentos, com avanços e aprendizados mais rápidos. Entender que faço escolhas a partir do menu que consigo ver, pode me ajudar a ser mais complacente comigo.
Sim, posso ampliar a visão sempre, enxergar novos menus, ousar novas escolhas, mas há um tempo que é meu, o meu tempo de aprender. E, nesta quarta-feira de cinzas, que simbolicamente em minha cultura é um renascer, me declaro amor incondicional, de uma forma mais profunda que experimentei antes. Amo incondicionalmente o ser que sou e, ao declarar isso, já me surgem vários julgamentos sobre quem sou e sinto-me tentada a fazer-me uma promessa já que não fiz nenhuma de muito peso para 2014: Prometo ao ser que sou não julgar-me mais. Não há espaço para julgamentos onde há amor e aceitação!
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