Eu fiquei cheia de perguntas:
- Esse cara existe?
- Paixões adultas são diferentes das paixões adolescentes?
- Mulheres queremos mesmo esse cara que “já não sabe ficar sem você”?
- Em se tratando do “cara”, sabemos o que queremos?
- Se não sabemos o que queremos, como reconhecer “o cara”?
Não tenho respostas, mas tenho algumas ideias a respeito dos “caras” ou das "caras" que cada um cria pra si. Sim, porque cada um enxerga aquilo que quer, com base em seu próprio e único sistema de crenças, valores, códigos, estruturas e tudo o mais que constitui um ser humano. Se assim é, posso – embora não devesse – projetar em outros humanos essa minha realidade única e fazer sapo virar príncipe e vice-versa num piscar de olhos, ou melhor, com um simples beijo, como no conto de fadas. Alguém duvida?
Nessa hora, e pra mágica do conto de fadas funcionar direitinho, esqueço que o humano em quem projetei tudo o que queria (e às vezes o que não queria) também tem sua própria forma de ver o mundo e de enxergar as pessoas com quem se relaciona e aí, “o cara que pensa em você toda hora” acaba indo embora.
Estou longe de entender esse intrincado jogo de projeções que faz o viés de muitas relações, mas me arrisco a dizer que todas as vezes em que procuro me afastar dos “sonhos e projeções” para enxergar o humano, fico mais feliz. Quando consigo ver as dificuldades e o que pode parecer, pra mim, limitação, percebo também os esforços para me alcançar. Quando permito-me mostrar como sou, posso expressar meus desejos, aumentando as chances deles se realizarem. Quando tento compreender além das palavras, sinto-me mais compreendida. E, sim, depois de tanto olhar para o outro na tentativa de enxergar o que ele traz consigo de único e genuíno; depois de, pelo menos tentar, despir-me de máscaras, jogos e acessórios emocionais que não me traduzem; é bem natural que apareça “O cara que pensa em você toda hora, Que conta os segundos se você demora, Que está todo o tempo querendo te ver, Porque já não sabe ficar sem você”, como canta o Rei. Se for esse o (meu) desejo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Compartilhe o que você pensa sobre o que acabou de ler! Ficarei feliz em podermos "conversar" um pouco!