domingo, abril 11, 2010

Você está desperto? Qual é a sua turma?

Quando nos perdemos de nós mesmos? Muitas pessoas – eu inclusive – fazem a si mesmos essa pergunta em algum momento da vida. Vivemos anestesiados, esquecidos de quem somos, trabalhamos e nos relacionamos no modo automático. Padronizamos e processamos nossa existência por praticidade e produtividade. Não precisamos sequer pensar se estamos felizes, quando pautamos nossa vida por padrões tão sólidos que são repetidos por gerações antes de nós. Seguimos e sobrevivemos.
Felizmente, alguns de nós acordam. Por motivos diversos. Decepções, amores, desafios novos, fatos marcantes (felizes ou infelizes) ou uma flor que nasceu no jardim. Não há regra, nem importa o motivo, o importante mesmo é o despertar. Perceber-se vivo e poder apreciar tudo o que a vida nos oferta é o grande presente de quem acorda. E há tanto o que ver e viver. Não bastasse o espetáculo diário da natureza, há as pessoas de casa ou não, amigos ou não, conhecidos ou não. Todas nos oferecem experiências diferentes e insubstituíveis, capazes de nos impulsionar em direção a uma vida mais plena e consciente. Todos têm muito a ensinar e muito a aprender.
A beleza do despertar é tanta que a pergunta é inevitável: onde me perdi de mim? É uma pena que muitos de nós, por um misto de ignorância e acomodação, nos permitamos adormecer embalados por padrões familiares. Sim, porque mesmo na família, o que acreditamos ser a seiva de vida, pode se transformar em veneno, se não estivermos atentos. Ninguém é obrigado a carregar padrões e crenças de pais e professores pelo resto da vida se eles não contribuem com a sua plenitude. Mas quem nos ensina a desenvolver o amor-próprio? Quem nos ensina que amar mãe e pai prescinde de abandonar a si mesmo? Só nós podemos nos dar permissão para sermos nós mesmos. E não precisamos de outra deixa. Basta a nossa.
É exercício contínuo e abandonar crenças e valores de outrem pode ser doloroso, quando caminha-se há muitos anos pela mesma estrada. Fazer diferente traz o frescor do novo, em qualquer momento da vida, mas também aumenta os riscos, as inseguranças, as dúvidas. E somos humanos, cheios de fragilidade. Basta que alguém diga: você está fazendo tudo errado para que paremos. Diante da dúvida, pensamos se vale a pena prosseguir ou se somos realmente inadequados. Nessa hora, quem quer se manter desperto, deve procurar sua turma. E ela pode estar bem longe da sua amada família. Ou não. O certo é que, nos momentos em que a dúvida chega, e ela sempre vem, é preciso dar a mão a quem compartilha de nossas crenças. Assim fica mais fácil ultrapassar os momentos em que duvidamos de nós mesmos e mantermo-nos no caminho, bem acordados e vivos.

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