O que você faz a
maior parte do seu tempo? Se inventariasse cada hora do seu dia,
poderia
responder por que propósito dispensa suas horas? Não importa
cargo ou função, nem o tipo ou local de trabalho, o fato é que
todos temos muitas tarefas para cumprir. E não adianta dizer que a
vida seria mais tranquila se pudesse ficar em casa. Uma das fases
mais “tarefeiras” da minha vida foi quando os meninos nasceram.
Mesmo de licença-maternidade, havia dias em que me esquecia até de
escovar os dentes.
Semana passada, não
consegui pausas. Para compensar, no fim de semana, alguns momentos
deixaram a minha vida mais colorida. Adorei estar com amigos e
familiares, mas tive algumas experiências que posso chamar de
epifanias e, nelas, estava só. Uma delas foi pedalando na praia,
sentindo muito frio, observando o mar revolto. Senti uma gratidão
enorme por ter tido a coragem de me exercitar, apesar do frio; de
poder ver, ouvir e sentir o mar; de trocar cumprimentos com as
pessoas que acordaram com a mesma disposição de se exercitar que
eu; de ver e ouvir os pássaros; de compartilhar da alegria dos
casais abraçados.
A outra experiência
especial foi quando o sol abriu no meio do domingo. Eu estava na
rede, lendo um livro bacana, debaixo do cobertor. Parei de ler e
fiquei ali, quentinha, olhando aquele céu lindo, sentindo o sol
aquecer um pouco o dia gelado. Que momento “delícia”! Estava em
paz e feliz, de moleton velho e cobertor, contemplando a natureza. A
felicidade está mesmo em coisas muito, mas muito simples!!!
Gratidão!
domingo, junho 12, 2016
Num céu azul, a beleza de um dia frio!
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quarta-feira, junho 08, 2016
Perdão!
Violência contra mulheres me toca, me choca. Sinto-me mal até quando acontece na
ficção. Dói a minha alma. Sei que uma mulher
comum como eu não consegue se desvencilhar facilmente de um homem. E
isso falando da força física, porque em outros âmbitos há outros
tipos de agressões que mulheres sofrem todos os dias e que também
doem na alma, ainda que seja aos poucos, ainda que poucas se deem
conta. Desabafo assim, porque desde o dia em que soube do estupro
coletivo que aconteceu no Rio, o tema não sai da minha cabeça.
Sinto muito pela
menina e pela violência que sofreu. Mas sinto muito pelos
meninos-homens também, e chego a me culpar por sentir isso. Sou mãe
e muitos daqueles meninos poderiam ser meus filhos. Tenho uma
compaixão profunda desses que certamente não nasceram monstros.
Hoje, alguns deles seriam capazes de cometer atrocidades que eu
sequer ouso imaginar, mas são seres humanos. Como eu. Sinto amor e
compaixão por esses jovens, que a nossa sociedade relegou à margem.
Que eu, de alguma forma, também contribuí para marginalizar.
Seria mais fácil se
eu conseguisse me imaginar diferente deles. Eles e eu. Mas não
consigo. Sou tão parte disso tudo que tenho evitado os jornais para
não me doer ainda mais. Tento fugir dessa realidade que abomino.
Quero construir outra realidade, mas não dá para fazer isso
mantendo meus olhos fechados a esse lado obscuro. Peço perdão a
essa menina e a esses meninos-homens. Nenhum deles deveria estar em meio ao
tráfico, às drogas, aos abusos sexuais, à falta de oportunidades e
a tantas outras perversões sociais.
Neste momento, penso
em formas de substituir essa culpa improdutiva que sinto - que quase
me fez apagar esse post – por ações possíveis, capazes de fazer alguma
diferença na vida de algum jovem. Eu continuo com a crença de que
posso mudar o mundo… Se eu conseguir ignorar as vozes que dizem que
isso não depende de mim e que o mal é tão grande que não pode ser
combatido.
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